Jogos com torcida única são a solução?
Medida foi tomada após violência entre palmeirenses e corintianos no último domingo
Em São Paulo, Governo de Estado e Ministério Público definiram que os clássicos paulistas terão torcida única até o final do ano. Mas seria essa a solução para o fim da violência no futebol?
A medida parece ser paliativa e sem grandes resultados. A torcida única no estádio não só não resolve o problema da violência como fere a beleza do esporte. A rivalidade, que acontece nos campos e nos gritos da torcida fazem parte da beleza do espetáculo.
A proibição está longe de ser a solução, já que as brigas que acontecem, há muito tempo, deixaram de ser ligadas aos esporte. As torcida representam os times, de certa forma, mas as brigas acontecem distante dos estádios e, muitas vezes, em dias em que o clássico não acontece. Mesmo nos dias de clássico, a violência acontece, na grande maioria das vezes, longe dos estádios. Nada impede que isso se repita.
Exemplo disso aconteceu em 2015. Durante a disputa do Campeonato Paulista, Palmeiras e São Paulo jogaram no Allianz Parque pela primeira fase do torneio. Com o Palmeiras cobrando R$ 200 por ingresso de visitante, a maioria dos são-paulinos, incluindo as organizadas, desistiram de ir ao jogo. Mas isso não impediu que focos de violência acontecessem. Na estação República do Metrô, por exemplos, são-paulinos, sem camisa de seu time, ficaram aguardando palmeirenses com camisa da torcida organizada para começarem a violência.
Mas como evitar isso? Com jogos de torcida única? Acredito que não. O que falta é punição para aqueles que brigam. Punição séria, que vai desde prisão até obrigação de se apresentarem em dias de jogos de seu time. Contudo, a solução parece dar muito trabalho. Medidas paliativas parecem mais simples. Trabalho de prevenção parecem não estar nos planos, mesmo tratando-se de algo que ultrapassou o futebol.
Agora é torcer para que o futebol não seja mais prejudicado, seja pela violência, seja pelas medidas equivocadas.