Anderson: ‘Eu não paro enquanto não pegar meu cinturão’
A quatro meses do retorno ao octógono, o ídolo do MMA faz um balanço de sua recuperação e deixa claro que seu objetivo é o título: ‘Quero pelo menos tentar’
“Estou muito feliz e confiante na minha recuperação, e a alegria de poder voltar está em primeiro plano, pois a superação é minha grande meta”
A pouco mais de quatro meses de voltar ao octógono – enfrenta o americano Nick Diaz no UFC 183, em 31 de janeiro de 2015, em Las Vegas -, Anderson Silva prepara-se para intensificar os treinamentos e finalizar os preparativos para seu retorno. Mas o grande astro do UFC não mira apenas no duelo que marcará a retomada de sua carreira: o ex-campeão dos médios, detentor de vários recordes do torneio, já sinaliza que pensa em voos mais altos. Acostumado a estar no topo de sua modalidade (foi o detentor do cinturão durante quase sete anos), o ídolo brasileiro de 39 anos revela ao site de VEJA que pensa, sim, em reconquistar seu cinturão. Com o campeão Chris Weidman enfrentando mais uma contusão, e os brasileiros Vitor Belfort e Ronaldo Jacaré na fila para tentar destroná-lo, a divisão dos médios pode assistir em breve ao retorno do lutador que foi soberano na categoria.
Desde que você anunciou que voltaria a lutar, muita gente se pergunta qual é seu objetivo nesse retorno, se é apenas fazer mais alguns combates ou entrar na briga pelo cinturão. Seu foco é só nesta primeira luta ou já pensa em recuperar o título mais para frente? Meu principal objetivo é voltar bem e fazer uma grande luta contra o Nick Diaz. Estou muito feliz e confiante na minha recuperação, e a alegria de poder voltar está em primeiro plano, pois a superação é minha grande meta.
Alguns dos atletas mais consagrados e carismáticos do MMA se despediram recentemente. Com isso, os fãs estão ainda mais ansiosos por sua volta. Como você lida com essa responsabilidade? Eu sei que os fãs têm um carinho enorme por mim – e, aliás, agradeço muito a eles pelo apoio ao meu retorno. Mas procuro não carregar esta responsabilidade.
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Apesar de sua condição física excepcional, você voltará ao octógono numa idade em que muitos atletas já estão aposentados. Na comparação com o Anderson Silva que chegou ao UFC em 2006, quais são as principais mudanças que você sente? Eu me sinto um atleta mais completo. A arte marcial é um ensinamento de vida, e isso vale tanto para dentro como para fora do octógono. É claro que você sente a idade, isso é normal. Mas manter-se centrado e fazer tudo certinho, como treinar, se alimentar bem, seguir sua dieta e focar exclusivamente durante quatro meses na preparação para a luta são coisas que me trazem tranquilidade e confiança.
Qual é o balanço que você faz da recuperação da lesão, tanto na parte física como emocional e mental? Que aprendizados essa experiência trouxe para você? O balanço que eu faço é que nada é mais importante do que você ter uma família por perto nas horas difíceis. Sem eles, nem parte física nem emocional nem mental estaria boa hoje. O que essa experiência mais agrega para mim é poder sentir cada vez mais a importância deles.
Além do retorno em janeiro, há alguma luta ou situação que você ainda sonha em protagonizar no MMA? Como uma luta em estádio, um combate em algum país diferente, algum adversário específico? Olha, além de voltar bem em 2015, o meu projeto no UFC é um só: enquanto eu não pegar o cinturão de volta, eu não paro. Quero pelo menos tentar.