Ex-presidente do Santos é preso em operação contra o tráfico de drogas
Orlando Rollo e outros três policiais civis foram detidos em mandatos expedidos pela Justiça; dirigente ocupou cargo máximo do clube em 2020
O ex-presidente do Santos Orlando Rollo foi preso na manhã desta sexta-feira, 18, durante uma operação policial contra o tráfico de drogas e crimes contra a administração pública, realizada pela Corregedoria da Polícia Civil e pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) em Santos, no litoral paulista.
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Rollo foi o antecessor do atual presidente Andres Rueda. Ele assumiu o cargo em setembro de 2020, após o afastamento de José Carlos Peres, de quem foi vice durante 2018 e 2019, e permaneceu até dezembro do mesmo ano. Em novembro, Peres se transformou no primeiro cartola da história do clube a sofrer um impedimento.
De acordo com informações da TV Tribuna, afiliada da Rede Globo, além de Rollo, outros três policiais civis também foram detidos. A reportagem ainda afirma que, ao todo, foram seis mandatos de prisão expedidos pela Justiça do Estado de São Paulo. A investigação corre em segredo de Justiça.
Advogado, formado em gestão de segurança pública, policial civil, Rollo foi um dos vice-presidentes da FPF (Federação Paulista de Futebol) e também chegou a ocupar cargo na política do município, como vereador suplente pelo PSDB.
Ex-integrante de torcida organizada, liderou em 2001 uma invasão ao centro de treinamentos do clube, da qual já falou se arrepender em entrevista à Folha de S.Paulo, em 2014. A confusão, na ocasião, gerou a agressão de um segurança. Chegou a ser vice-presidente do Conselho Deliberativo do clube entre 2010 e 2011.
Em 2014, às vésperas da eleição presidencial no clube, liderou a denúncia de criação de associados falsos com nomes pitorescos como do ex-ditador Augusto Pinochet, de Alexandre Nardoni, acusado de matar a própria filha, e do mafioso Al Capone, além de personagens como Don Corleone, do filme O Poderoso Chefão. O caso alvoroçou o pleito vencido por Modesto Roma Júnior.
Quando eleito como vice de Peres, em dezembro de 2017, rompeu com o presidente nos primeiros meses de mandato e ficou conhecido por troca de farpas públicas com o cartola. Peres se referia a ele apenas como “interino”.
A atitude mais polêmica foi a contratação de Robinho ao final de 2020. Na ocasião, bancava a contratação mesmo diante de rejeição devido a condenação sofrida pelo atleta na Itália, em 2017, a nove anos de prisão por violência sexual.
“Robinho não está condenado com trânsito em julgado. Quem somos nós para atirar pedra no Robinho? Atire a primeira pedra quem nunca pecou. E será que ele pecou? Vamos esperar o desfecho do processo”, afirmou à Folha na ocasião.
O acordo com duração de cinco meses foi oficializado, mas, dias depois, acabou suspenso. Ao assumir o clube, o atual presidente Rueda pôs fim ao vínculo que ainda poderia ser prorrogado.
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