Raymundo Marques, Mário Ferraz de Campos e Argemiro de Souza Júnior, ao promoverem a realização de uma reunião em prol da criação de um novo clube, dar o pontapé inicial para a fundação, em 14 de abril de 1912, do Santos Futebol Clube.
Inicialmente azul e branco com os dourados, o clube se tornaria alvinegro no ano seguinte, mais precisamente em 31 de março de 1913. Naquele tempo, a equipe costumava se reunir para realizar seus treinos e partidas em um campo localizado no bairro do Macuco, um dos mais populosos no começo do século XX, próximo a atual Avenida Ana Costa. O campo, na verdade um terreno que nem sequer possuía as dimensões mínimas o ciais para a prática do futebol, também era utilizado por outros clubes da cidade, o que aumentou as intenções dos dirigentes do Santos a adquirir um terreno, tendo em vista ter o seu próprio espaço.
Em 31 de março de 1916, durante Assembleia Geral, foi aprovada a compra de uma área de 16.500 metros no bairro da Vila Belmiro. Passaram-se alguns meses até que, em 12 de outubro de 1916, foi inaugurada a praça de esporte da Vila Belmiro. Dez dias depois, em 22 de outubro, aconteceu a partida inaugural, válida pelo Campeonato Paulista, com vitória do Santos, por 2 a 1, diante do Ypiranga. Coube a Adolfo Millon Jr., do time da casa, a honra de ser o autor do primeiro gol marcado no estádio. Passou a se chamar estádio Urbano Caldeira, a partir de 1933, em homenagem a um dos diretores, ex-goleiro e ex-treinador do Santos, que falecera em 13 de março daquele ano, e que demonstrara tanto amor ao clube a ponto de ele próprio se prontificar a aparar a grama do campo.
Com o passar dos anos, e principalmente por conta do surgimento de Pelé e a posterior formação de um dos maiores times de futebol de todos os tempos, recebeu uma nova alcunha: “A Vila mais famosa do Mundo”. Aliás, o Rei do Futebol viveu grandes momentos de sua vida dentro daquele estádio. Foi ele quem mais marcou gols lá, 288, sendo oito deles apenas em um jogo, até então recorde de gols marcados em uma partida, nos 11 a 0 aplicados pelo Santos frente ao Botafogo de Ribeirão Preto em 21 de novembro de 1964. Quase dez anos depois, em 2 de outubro de 1974, na vitória santista por 2 a 0 frente a Ponte Preta, foi lá que o Rei se despediu do clube, ao se ajoelhar no centro do campo e partir para uma volta olímpica das mais emocionantes.
O estádio, que já chegou a receber mais de 30 mil pessoas em uma partida, possui sua atual capacidade limitada, oficialmente, para cerca de 16 mil torcedores, o que na verdade parece se transformar em milhões, tamanha é a pressão que o “Alçapão da Vila” impõe sob os adversários do alvinegro santista.