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MP da Espanha pede que Daniel Alves permaneça preso

Promotoria não descarta risco de fuga do brasileiro e cita indícios de que o estupro tenha, de fato, ocorrido

O Ministério Público da Espanha pediu que Daniel Alves permaneça em prisão provisória durante o julgamento, informou nesta segunda-feira, 6, o diário catalão El Periódico. O jogador brasileiro de 39 anos é acusado de estuprar uma mulher de 23 anos em uma casa noturna de Barcelona no último dia 30 de dezembro.

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A defesa de Daniel Alves, comandada pelo renomado advogado Cristóbal Martell, apresentou recentemente um recurso para que o atleta da seleção brasileira responda ao processo em liberdade. Alves nega o crime – ele alega que a relação foi consensual – e se comprometeu a devolver seu passaporte, permanecer em solo espanhol e utilizar uma pulseira telemática, semelhante às tornozeleiras eletrônicas utilizadas no Brasil.

O MP, no entanto, considera que o risco de fuga ainda existe e apontou “indícios racionais” de que o estupro tenha ocorrido. Desta forma, é improvável que sua liberdade condicional seja concedida. A decisão do Tribunal de Barcelona deve ser anunciada nesta semana.

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Daniel Alves está no presídio Brians 2, a 40 km de Barcelona, dividindo cela com um brasileiro chamado Coutinho, que foi segurança de Ronaldinho Gaúcho e condenado por estupro de menor. 

Entre as evidências que pesariam contra o jogador, a policia catalã encontrou sêmen no banheiro em que ele teria cometido a agressão sexual, segundo informações do jornal espanhol El Mundo.

De acordo com a versão da mulher, ela seguiu Daniel Alves até o local e, ao perceber que se tratava de um banheiro, tentou sair, mas foi impedida pelo jogador. Ele então teria batido nela e a forçado a ter relação sexual.

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Daniel Alves apresentou diferentes versões para o caso. A princípio, ele havia negado qualquer tipo de abuso, afirmou que estava apenas dançando na boate e que nem sequer conhecia a mulher, em entrevista a uma emissora espanhola, dia 5 de janeiro deste ano. 

Depois, no primeiro depoimento à juíza, o jogador da seleção brasileira disse que estava no banheiro quando a mulher entrou, mas que não teve contato algum com ela. Por fim, o jogador, que é casado com a modelo espanhola Joana Sanz, admitiu a relação sexual. 

Em 24 de janeiro, uma outra testemunha disse que foi apalpada por Daniel Alves na mesma boate onde teria acontecido o crime. O jornal La Vanguardia teve acesso a depoimentos de testemunhas à polícia – entre elas, uma amiga da vítima que também estava na boate Sutton, em Barcelona, e diz ter sido tocada pelo jogador sem seu consentimento. 

A vítima já avisou que não aceitará qualquer tipo de indenização econômica por parte do jogador e que seu único objetivo é que se faça justiça, segundo fontes ouvidas pelo jornal catalão. 

As investigações seguem em andamento e podem levar a uma punição severa ao brasileiro. Desde 7 de outubro do ano passado, vigora na Espanha a Lei de Garantia da Liberdade Sexual, conhecida popularmente como lei do “só sim é sim”, e diz respeito ao que configura sexo consensual (atual versão defendida por Daniel Alves).

O ex-jogador de Juventus, Barcelona, PSG e São Paulo, entre outros clubes, pode pegar de um a quatro anos de prisão caso seja condenado por agressão sexual; no entanto, em casos de estupro com violência, como acusa a mulher, a pena pode chegar a 12 anos de detenção.

A denúncia se assemelha ao caso do ex-atacante Robinho, que no no passado foi condenado de forma definitiva pela justiça italiana a nove anos de prisão pelo crime de violência sexual em grupo contra uma jovem albanesa, ocorrido em 22 de janeiro de 2013, em uma casa noturna de Milão. O ex-jogador segue vivendo em liberdade em Santos (SP), pois o Brasil não extradita seus cidadãos.

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