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Messi pode tornar Argentina o país com mais Bolas de Ouro

Detentor de sete prêmios, craque pode conduzir argentinos ao recorde isolado; posto hoje é dividido com Brasil, Alemanha, Holanda, Portugal e França

Lionel Messi quebrou todos os clichês aguardados nas festas de gala envolvendo grandes premiações ao subir ao palco do Théâtre du Châtelet, em Paris, em 29 de de novembro de 2021, para receber a sétima Bola de Ouro da carreira.

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No discurso, ele admitiu que a campanha da seleção argentina na Copa América daquele ano pesara mais do que o próprio desempenho individual, além de ter pedido à France Football, organizadora da premiação, que entregasse ao concorrente Robert Lewandowski o prêmio de 2020, cancelado pela entidade em função da pandemia da Covid-19. Ao fim, lançou uma frase com aparente tom despretensioso, mas que pode ter caráter profético.

“Não sei se esse recorde [de sete Bolas de Ouro] será quebrado um dia. Mas sabe, sempre tem alguém para melhorar os registros, eles são feitos para isso aliás”, disse à ocasião.

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Qual a diferença entre os prêmios Bola de Ouro e Fifa The Best

Quase dois anos depois, o craque argentino pode ser justamente esse alguém. Maior vencedor de prêmios individuais da história, com sete Bolas de Ouro, quatro delas unificadas com o Prêmio The Best, da Fifa, além de outros dois entregues só pela entidade, o jogador pode alçar agora a Argentina ao posto de líder absoluta em condecorações.

No último ano, com a primeira conquista de Karim Benzema, então no Real Madrid, o atacante levou a França a igualar Alemanha, Argentina, Holanda e Portugal com sete troféus cada.

Pela Alemanha, conquistaram a Bola de Ouro Gerd Müller, Franz Beckenbauer (duas vezes), Karl-Heinz Rummenigge (duas vezes), Lothar Matthaus e Mattias Sammer. Dentre os holandeses, os vencedores foram Johan Cruyff (três vezes), Ruud Gullit, Marco Van Basten (três vezes). Já pela França, os vencedores foram Raymond Kopa, Michel Platini (três vezes), Jean-Pierre Papin e Zinedine Zidane.

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Os sete troféus de Portugal foram de Eusébio, Luís Figo e Cristiano Ronaldo (cinco vezes). Já a Argentina é recordista graças aos sete troféus de Messi. O Brasil venceu a Bola de Ouro em cinco oportunidades, com Ronaldo (1997 e 2002), Rivaldo (1999), Ronaldinho (2005) e Kaká, o último, em 2007. A dominância europeia no ranking da premiação criada em 1956 pela revista France Football tem uma explicação óbvia: até 1995, apenas atletas europeus disputavam a Bola de Ouro. É por isso que Pelé e Maradona jamais receberam tal honraria.

Esta edição, contudo, é a segunda em que o critério de avaliação leva em conta o período da temporada europeia. Ou seja, serão considerados os feitos entre a metade de 2022 e a metade deste ano.

Assim, o desempenho na Copa do Mundo de 2022, disputada em novembro e dezembro, entra em conta para a premiação, o que tende a beneficiar Messi. Os principais favoritos na categoria masculina são Messi, o norueguês Erling Haaland (Manchester City) e o francês Kylian Mbappé (PSG).

O prêmio francês é o mais longevo e tradicional para escolher o melhor jogador do mundo em uma temporada. Faz companhia aos também prestigiosos The Best, da Fifa (criado em 1991 com o nome Melhor Jogador do Mundo e reativado em 2016) e o prêmio da World Soccer, fundado em 1982. Entre 2010 e 2015, a Bola de Ouro foi entregue em parceria com a Fifa.

É, portanto, um troféu renomado, almejado por todos os craques, mas que apresenta uma falha admita pelos próprios organizadores: o fato de ter ignorado não-europeus por quase quarenta anos. Na verdade, três jogadores que não nasceram na Europa venceram o prêmio, mas todos eles possuíam a cidadania europeia: Alfredo Di Stéfano, argentino naturalizado espanhol, que venceu em 1957 e 1959, enquanto jogava pelo Real Madrid, Omar Sivori, argentino naturalizado italiano, Bola de Ouro de 1961, jogando pela Juventus, e Eusébio, português nascido em Moçambique, que levou o prêmio em 1965 como estrela do Benfica.

Pelé era 100% brasileiro e só jogou na Europa para conquistar a Copa do Mundo de 1958, na Suécia, encantar em excursões (tradicionais na época) e levar o Santos ao topo do mundo nos Mundiais de Clubes de 1962 e 1963, e sofrer no Mundial de 1966, na Inglaterra. Nem mesmo a dominância do Brasil em cenário mundial na década de 60, e os mais de 1.000 gols e revolução física e técnica promovida pelo Rei do Futebol, fizeram a France Football abandonar sua visão eurocêntrica.

Diego Maradona, por sua vez, brilhou anos depois em um mundo já mais conectado. O camisa 10 se transferiu ao Barcelona com apenas 22 anos e atuou em alto nível, apesar da turbulenta passagem pelo time catalão. Foram, no entanto, os sete anos no Napoli, que elevaram o clube ao nível de grandes potências, e as participações nas Copas de 1986 e 1990 que alçaram Maradona ao posto de melhor do mundo. No entanto, a mudança no formato do prêmio só veio quando Maradona já vivia sua derrocada.

Em 1995, a France Football convidou Maradona a receber uma Bola de Ouro “pelos serviços prestados no futebol” e anunciou que, a partir de então, não-europeus poderiam concorrer à honraria. Naquele mesmo ano, o liberiano George Weah levou o prêmio pelo Milan. O grande mea-culpa aconteceu apenas em 2016, na edição de 50 anos do prêmio, quando a revista “corrigiu” o regulamento antigo e elaborou uma lista alternativa.

Se Pelé fosse contemplado em sua época, igualaria Messi com sete troféus, hipoteticamente conquistados em 1958, 1959, 1960, 1961, 1963, 1964 e 1970. Maradona, por sua vez, teria levado a Bola de Ouro em 1986 e 1990. Os brasileiros Garrincha e Romário também teriam vencido, em 1962 e 1994, respectivamente, assim como o argentino Mario Kempes, em 1978.

The Best: Brasil ainda é imbatível

No The Best, nenhum outro país além do Brasil alcançou a marca de oito troféus. Messi tem sete, o último deles conquistado em 2022, e pode igualar sozinho o que os brasileiros solidificaram com cinco atletas; Romário, Ronaldo  (três vezes), Rivaldo, Ronaldinho Gaúcho (duas) e Kaká – o último a faturar o prêmio, em 2008.

Messi levou a condecoração para casa em 2009, 2010, 2011, 2012, 2015, 2019 e 2022. Ele está entre os 12 finalistas indicados pela Fifa neste ano. A cerimônia ainda não tem data definida.

O atacante Vinicius Júnior, do Real Madrid, era favorito entre os brasileiros para figurar no páreo dos finalista, mas sequer foi colocado na lista final.

As conquistas da Bola de Ouro por país:

1º: Alemanha, Argentina, Holanda, Portugal e França: 7
6º: Brasil, Itália, Inglaterra: 5
9º: Espanha e União Soviética: 3
11: Croácia, Dinamarca, Escócia, Hungria, Irlanda do Norte, Libéria, República Checa, Checoslováquia* e Ucrânia**

* Dois checos venceram a Bola de Ouro, Masopust pela extinta Checoslováquia e Nedved pela República Checa
** Três ucranianos venceram a Bola de Ouro: Belanov, Oleg Blockhin e Shevchenko, os dois primeiros pela extinta União Soviética

A lista de todos os vencedores do prêmio:

2022 – Karim Benzema (Real Madrid/França)
2021 – Lionel Messi (PSG/Argentina)
2020 – Não houve premiação
2019 – Lionel Messi (Barcelona/Argentina)
2018 – Luka Modric (Real Madrid/Croácia)
2017 – Cristiano Ronaldo (Real Madrid/Portugal)
2016 – Cristiano Ronaldo (Real Madrid/Portugal)
2015 – Lionel Messi (Barcelona/Argentina)
2014 – Cristiano Ronaldo (Real Madrid/Portugal)
2013 – Cristiano Ronaldo (Real Madrid/Portugal)
2012 – Lionel Messi (Barcelona/Argentina)
2011 – Lionel Messi (Barcelona/Argentina)
2010 – Lionel Messi (Barcelona /Argentina)
2009 – Lionel Messi (Barcelona/Argentina)
2008 – Cristiano Ronaldo (Manchester United/Portugal)
2007 – Kaká (Milan/Brasil)
2006 – Fabio Cannavaro (Real Madrid/Itália)
2005 – Ronaldinho (Barcelona/Brasil)
2004 – Andriy Shevchenko (Milan/Ucrânia)
2003 – Pavel Nedved (Juventus/Rep. Checa)
2002 – Ronaldo Nazário (Real Madrid/Brasil)
2001 – Michael Owen (Liverpool/Inglaterra)
2000 – Luís Figo (Real Madrid/Portugal)
1999 – Rivaldo (Barcelona/Brasil)
1998 – Zinedine Zidane (Juventus/França)
1997 – Ronaldo Nazário (Inter de Milão/Brasil)
1996 – Mattias Sämmer (Borussia Dortmund/Alemanha)
1995 – George Weah (Milan/Libéria)
1994 – Hristo Stoichkov (Barcelona/Bulgária)
1993 – Roberto Baggio (Juventus/Itália)
1992 – Marco Van Basten (Milan/Holanda)
1991 – Jean-Pierre Papin (Marselha/França)
1990 – Lothar Matthäus (Inter de Milão/Alemanha)
1989 – Marco Van Basten (Milan/Holanda)
1988 – Marco Van Basten (Milan/Holanda)
1987 – Ruud Gullit (Milan/Holanda)
1986 – Igor Belanov (Dínamo Kiev/URSS)
1985 – Michel Platini (Juventus/França)
1984 – Michel Platini (Juventus/França)
1983 – Michel Platini (Juventus/França)
1982 – Paolo Rossi (Juventus/Itália)
1981 – Karl-Heinz Rummenigge (Bayern Munique/Alemanha)
1980 – Karl-Heinz Rummenigge (Bayern Munique/Alemanha)
1979 – Kevin Keegan (Hamburgo/Inglaterra)
1978 – Kevin Keegan (Hamburgo/Inglaterra)
1977 – Allan Simonsen (B. Moenchengladbach/Dinamarca)
1976 – Franz Beckenbauer (Bayern Munique/Alemanha)
1975 – Oleg Blockhin (Dínamo Kiev/URSS
1974 – Johann Cruyff (Barcelona/Holanda)
1973 – Johann Cruyff (Barcelona/Holanda)
1972 – Franz Beckenbauer (Bayern Munique/Alemanha)
1971 – Johann Cruyff (Ajax/Holanda)
1970 – Gerd Müller (Bayern Munique/Alemanha)
1969 – Gianni Rivera (Milan/Itália)
1968 – George Best (Manchester United/Inglaterra)
1967 – Florian Albert (Ferencváros/Hungria)
1966 – Bobby Charlton (Manchester United/Inglaterra)
1965 – Eusébio (Benfica/Portugal)
1964 – Dennis Law (Manchester United/Escócia)
1963 – Lev Iashin (D. Moscovo/URSS)
1962 – Josef Masopust (Dukla Praga/Checoslováquia)
1961 – Omar Sivori (Itália/Juventus)
1960 – Luis Suárez (Barcelona/Espanha)
1959 – Alfredo Di Stéfano (Real Madrid/Espanha)
1958 – Raymond Kopa (Real Madrid/França)
1957 – Alfredo Di Stéfano (Real Madrid/Espanha)
1956 – Stanley Matthews (Blackpool/Inglaterra)

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