‘São Victor do Horto’, novo padroeiro do torcedor atleticano
O paulista de 30 anos fechou o gol e transformou-se em herói para os mineiros
O goleiro pode até não ter sido o melhor jogador da campanha, mas foi o mais decisivo, principalmente nas defesas de pênaltis nas partidas de quartas de final e semifinal no Estádio Independência
Quando o presidente do Atlético, Alexandre Kalil, escreveu em sua conta no Twitter que o clube havia contratado o goleiro Victor, do Grêmio, em 2012, os fanáticos torcedores da equipe mineira ficaram eufóricos. E com motivo: melhor goleiro do Campeonato Brasileiro em 2008 e 2009 (ano em que também conquistou a Copa das Confederações com a seleção), Victor era a melhor opção possível para fechar o gol atleticano. O atleta já chegou a Belo Horizonte com status de ídolo e não precisou de muito tempo para conquistar de vez a massa atleticana. Logo nos primeiros seis meses de clube, o time foi vice-campeonato brasileiro e ainda garantiu a participação na Libertadores de 2013. O clube não participava da competição desde 2000. Antes da final desta quarta, o Atlético de Victor já tinha conquistado o Campeonato Mineiro, derrotando o maior rival, o Cruzeiro. Mas foi o papel fundamental nas fases eliminatórias da Libertadores – e na final, quando pegou o pênalti decisivo – que garantiu de vez o nome de Victor na história da equipe.
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O goleiro pode até não ter sido o melhor jogador da campanha, mas foi o mais decisivo, principalmente nas partidas de quartas de final e semifinal no Estádio Independência. Nas quartas, contra o Tijuana, salvou o time da eliminação defendendo um pênalti aos 48 minutos do segundo tempo, com o pé esquerdo, garantindo a vaga do Atlético. Foi o momento mais marcante de sua carreira, segundo o próprio jogador. Ele ainda repetiu a façanha defendendo a última cobrança na decisão por pênaltis contra o Newell’s Old Boys, carimbando a vaga na final inédita para os atleticanos. Não à toa, foi comparado ao ex-goleiro Marcos, ídolo do Palmeiras, e elevado a “santo” pelos milagres que operou na meta mineira. Uma alcunha reservada a poucos no futebol e uma idolatria que Victor vai carregar para sempre. Sua importância para o time, é claro, não se limitou a esses dois pênaltis defendidos: durante toda a competição, Victor fez importantes defesas e sempre transmitiu muita segurança ao time.
Aos 30 anos, natural de Santo Anastácio, interior de São Paulo, Victor acumulava passagens por apenas três clubes antes da chegada ao Atlético. Jogou pelo Paulista, de Jundiaí, no interior do estado, onde conquistou a Copa do Brasil de 2005; pelo Ituano, também do interior paulista; e finalmente pelo Grêmio, onde conquistou o Campeonato Gaúcho de 2010 e ainda é muito admirado pelos torcedores da equipe. O atleta costuma ser muito elogiado pelos técnicos, inclusive pela postura discreta e por sempre se mostrar muito calmo e focado. Consagrado com o título de campeão da Libertadores, Victor tem tudo para voltar a ser chamado para a seleção. Daqui em diante, o único problema do Atlético na posição de goleiro vai ser segurar seu camisa 1: é muito provável que Victor entre no radar de grandes clubes europeus interessados em contratar um goleiro experiente, seguro, competente e vencedor, como ele mostrou mais uma vez ao erguer a taça nesta quarta, no Mineirão.