Sem Mbappé, Messi e Neymar, clube francês mudou perfil de contratações e surpreendeu favoritos; neste sábado, quer a taça inédita diante da Inter de Milão em Munique
O Paris Saint-Germain está de volta à final da Champions League. Mas, desta vez, sem tantos holofotes, já que Neymar, Messi, Mbappé e outras megaestrelas se despediram da capital francesa.
O time que enfrentará a Inter de Milão neste sábado, 30, às 16h (de Brasília), na Allianz Arena, em Munique, alcançou a decisão com um elenco bem diferente daquele que virou símbolo do projeto bilionário do Catar nos últimos anos.
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A mudança começou antes mesmo da saída de Mbappé para o Real Madrid, mas ganhou força após a reformulação no elenco. Em vez de apostar em novas superestrelas, o PSG passou a investir em jogadores jovens, disciplinados taticamente e dispostos a crescer dentro do clube. A chegada de Luis Enrique, técnico com histórico de trabalho em formação, também passou.
“A motivação para mim é ganhar a Champions League pela primeira vez com o Paris. Quero que seja um presente para a equipe, para o clube, para a cidade. Fazer algo histórico, como ganhar pela primeira vez com um clube tão grande, daria um sabor ainda mais especial”, afirmou Luis Enrique na entrevista da véspera. Ele busca sua segunda taça, 10 anos depois de ser campeão com o Barcelona do trio MSN.
O resultado é um time menos centrado em nomes e mais consistente em campo. O PSG venceu o Campeonato Francês com folga, levou a Supercopa da França e também Copa nacional. Na Champions, avançou e eliminou Liverpool, Barcelona e Aston Villa no mata-mata. Agora, enfim, pode conquistar a Europa, compensando o vice de 2020.
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A conquista pode representar o sucesso esportivo dos investimentos feitos pela Qatar Sports Investments, proprietária do clube desde 2011. E caso, enfim, o troféu europeu chegue, ocorrerá justamente em ano que a empresa catari iniciou a redução de aporte financeiro na equipe.
Seria também na primeira temporada em anos sem uma grande estrela. Desde o início do projeto, figuras como David Beckham, Zlatan Ibrahimovic, Neymar, Lionel Messi e Kylian Mbappé estiveram no elenco (muitas vezes juntas) e a meta nunca foi batida.
Neymar e Mbappé quase levaram PSG a título – EFE/EPA/YOAN VALAT
O mais próximo de vencer uma Champions League que um PSG estrelado chegou foi em 2019/20, quando Mbappé e Neymar conduziram campanha de vice-campeonato. Em pleno cenário pandêmico, os parisienses acabaram caindo para o Bayern de Munique na final.
O PSG não rendeu nem perto do esperado quando teve no elenco três dos melhores jogadores do século, astros midiáticos e esportivos E após notícias de problemas no relacionamento dentro do vestiário entre Messi, Neymar e Mbappé, o trio foi desfeito com as saídas do argentino e do brasileiro.
Sobrou o francês, que vivia especulações de uma possível saída para o Real Madrid. Ele, mesmo assim, como o principal nome do grupo, passou a receber reforços com um novo perfil.
Dizer que os gastos caíram, porém, seria mentira, da mesma forma que rebaixar a qualidade dos atuais semifinalistas. Em valor investido nas temporadas 2023/24 e 2024/25, foram 694,42 milhões de euros em contratações.
Mas, diferente do que era praticado, nenhum personagem do tamanho de Neymar chegou. Mbappé, inclusive, partiu para o Real Madrid no meio de 2024.
Kvara é destaque do PSG – EFE/EPA/YOAN VALAT
E, sim, ainda assim desembarcaram peças mais famosas, como Ousmané Dembélé, Bradley Barcola e Kvicha Kvaratskhelia, destaques do ataque de hoje. Contudo, o fortalecimento do elenco como um todo, para trabalho de Luis Enrique, foi o diferencial.
São eles promessas como os zagueiros Lucas Beraldo e Willian Pacho, o meio-campista João Neves, o meia-atacante Désiré Doué e o atacante Kang-in Lee. Jovens, rechearam as opções do treinador, além de suprirem alguns pontos fracos de um time que precisava “economizar” no restante para suprir os luxos de duas ou três estrelas.