Entenda a polêmica Abel x Barueri e confira agenda de shows no Allianz
Acordo entre Palmeiras e WTorre obriga o clube a ceder seu estádio para shows musicais e outros eventos; Leila Pereira reclama de dívidas e caso está na Justiça
A derrota do Palmeiras por 2 a 0 para Athletico-PR, diante de 12.108 pessoas na Arena Barueri, pela sexta rodada do Brasileirão, foi seguida se um grande desabafo do técnico Abel Ferreira: “Se não jogarmos no Allianz Parque, não nos cobrem para sermos campeões”, cravou o português no último domingo, 12. O conflito entre Palmeiras e WTorre, no entanto, é complexo e não deve estar perto de terminar; entenda o caso e confira a agenda de shows do Allianz Parque.
O Palmeiras jogou em Barueri em razão dos show do cantor britânico Louis Tomlinson no Allianz Parque. Seu próximo jogo será na arena alviverde, na quarta-feira, 15, diante do Independiente del Valle, pela Libertadores, mas já é certo que o clube terá de atuar fora de sua casa novamente neste mês, diante do Vasco, em 26 de maio, pois há shows do tenor italiano Andrea Bocelli em seu estádio.
Localizado a quase 30 km da casa do Palmeiras, a Arena Barueri recebeu média de 16.000 torcedores nas partidas deste ano, menos da metade da média do Allianz Parque. Apesar das constantes críticas de Abel e também dos torcedores, o Palmeiras não tem muitas opções para mandar seus jogos quando sua casa não está disponível.
O Pacaembu, opção mais óbvia, segue em reforma, enquanto o Canindé, também na capital, não agrada por sua falta de estrutura. Sair da cidade tampouco agrada a comissão técnica, preocupada com o desgaste dos atletas. A utilização do MorumBis, o que ocorreu no ano passado, também parece descartada em meio ao estremecimento das relações entre Palmeiras e São Paulo.
Há ainda uma questão crucial envolvendo Leila Pereira: a Crefipar Participações e Empreendimentos S.A, empresa da presidente do Palmeiras, adquiriu a gestão da Arena Barueri por 35 anos, prometendo uma série de obras de manutenção e melhorias no local – em breve, o estádio na Grande São Paulo receberá gramado sintético.
“Não tenho nada contra Barueri. Quero jogar no Allianz Parque. A nossa torcida nos dá 30% das vitórias em casa. O problema é: como o Palmeiras, que luta por títulos, tem um estádio para jogar e é impedido ou não pode jogar? O problema é o Allianz Parque”, questionou Abel Ferreira.
Respondendo objetivamente ao treinador: o Allianz Parque foi inaugurado em novembro de 2014 e tem o Palmeiras como único dono, mas pelo acordo firmado com a WTorre, a empresa tem direito a explorar o uso do estádio por 30 anos (até 2044) para shows musicais e outros eventos.
Coliseu? O conflito entre Palmeiras e WTorre
A WTorre assumiu as obras de modernização do antigo Palestra Itália e, em troca, ganhou o direito de utilizar o local em grandes eventos. Neste casos, quem administra o estádio é a Real Arenas, empresa de propriedade da construtora.
O Palmeiras, por sua vez, além de ter recebido um estádio moderno e receber integralmente pela receita de seus jogos, recolhe percentuais de receitas provenientes destes shows. A WTorre ainda é responsável pela manutenção do gramado artificial, recentemente reformado pela empresa Soccer Grass.
A relação entre Palmeiras e WTorre, porém, não é nada boa. Desde 2017, o Palmeiras cobra mais de 130 milhões de reais de receitas da Real Arenas, que admite haver um débito, mas discorda dos valores. “O que posso dizer a vocês é que uma receita que seria muito relevante ao Palmeiras e não recebemos um centavo”, afirmou Leila Pereira em entrevista coletiva em janeiro.
Na ocasião, Leila chegou a ironizar que receberá um estádio em ruínas ao final da parceria em 2044. “Pelo andar da carruagem, vão entregar o Coliseu, não precisa nem ir para Roma”, cravou.
O caso das dívidas da Real Arenas com o Palmeiras corre na Justiça de São Paulo. Enquanto mantém o acordo nestes moldes, o Palmeiras tem de lidar com possíveis mudanças de casa. Há, no momento, 13 diferentes shows marcados para o Allianz Parque em 2024, o que pode complicar o calendário do atual bicampeão brasileiro.
Agenda de shows do Allianz Parque em 2024:
25 e 26 de maio – Andrea Bocelli
7 e 9 de junho – Festival Salve o Sul
8 de junho – Ludmilla
15 de junho – Jota Quest
13 de julho – Chic Show
9 de agosto – ForFun
10 de agosto – Ney Matogrosso
24, 25, 30 e 31 de agosto – Natirruts
29 de setembro – Eric Clapton
19 e 20 de outubro – Knotfest (Slipknot)
30 de novembro – Bring me the horizon
6 e 7 de dezembro – Iron Maiden
14, 15 e 18 de dezembro – Caetano e Bethânia
21 de dezembro – Ivete Sangalo
