Vídeo: os clubes mais goleadores do Brasileirão por pontos corridos
Apenas 14 times ocuparam os seis primeiros lugares da lista desde 2003 – alguns deles nem disputam mais a primeira divisão
Quais são os clubes com mais gols no Campeonato Brasileiro desde 2003, quando o torneio passou a ser disputado no formato de pontos corridos? A resposta está no videográfico acima. Vários dos times considerados grandes do país aparecem em algum momento no “Top 6” do ranking, mas a lista guarda algumas surpresas. A equipe de VEJA e PLACAR fez um levantamento entre os 42 clubes que disputaram o Brasileirão desde então e apresenta os líderes no quesito gols marcados dos últimos 16 anos (os dados estão atualizados até a nona rodada do torneio de 2019). Separamos os destaques do vídeo em tópicos ao longo desta reportagem. Confira:
Uma surpresa logo de cara
O pontapé inicial do primeiro Brasileirão por pontos corridos foi dado em março de 2003. Curiosamente, o primeiro mês da competição teve apenas uma rodada. A goleada do Guarani sobre o Vasco da Gama por 4 a 2 colocou o time de Campinas como o primeiro líder da lista de equipes mais artilheiras deste formato do campeonato nacional.
Além do Bugre, surpreende o fato do Goiás ter sido um dos clubes que mais tempo ficou nas primeiras colocações do gráfico. De 2008 até o rebaixamento em 2010, o time só foi superado pelos imbatíveis Cruzeiro, Santos e São Paulo – não à toa foi o quarto a chegar à marca de 500 gols nos pontos corridos. Os 31 gols de Dimba em 2003 e os 17 marcados por Souza em 2006 ajudaram muito. Os dois foram os artilheiros das edições desses respectivos anos.
Paraná Clube e Paysandu são as outras “zebras”. Os paranaenses chegaram até à vice-liderança e o time do Pará ficou no terceiro lugar em 2003. Este foi o único ano em que os paraenses figuraram no Top 6 do Brasileirão. O Paraná Clube ainda apareceu no topo da lista algumas vezes até 2007, ano em que foi rebaixado – apesar do descenso, o atacante Josiel anotou 20 gols pela equipe do sul do país e foi o artilheiro daquela edição.
Empate na liderança
O Cruzeiro e o Santos estão rigorosamente empatados na liderança do ranking de gols marcados. Ambos marcaram 960 vezes até a nona rodada do Brasileirão de 2019, a última antes da pausa para a disputa da Copa América. Logo na primeira edição, os mineiros romperam a marca dos 100 gols (foram 102 em 2003) e lideraram a artilharia até o ano seguinte, quando foram ultrapassados pelo alvinegro praiano. As duas equipes se alternaram em ponta na maior parte do tempo. O São Paulo é o intruso da história. Mas a soberania não veio no período do tricampeonato, entre os anos de 2006 e 2008, mas somente em 2012, quando o time teve o quarto melhor ataque do campeonato.
A arrancada do Galo
O Atlético-MG é um dos casos mais curiosos. Com 872 gols marcados, é o quarto time que mais fez gols até junho de 2019. Está a frente de Fluminense e Flamengo, que vêm logo atrás, mesmo tendo jogado uma edição a menos da primeira divisão. O Galo chegou a frequentar as primeiras colocações nos três anos iniciais até cair para a Série B, em 2005. Só voltou a aparecer entre os líderes nove anos depois, graças ao grande desempenho ofensivo. Desde 2014, a equipe esteve entre os cinco melhores ataques do Brasileirão e na contagem histórica está atrás apenas de Cruzeiro, Santos e São Paulo.
Fluminense, o time dos artilheiros
Na era dos pontos corridos do Campeonato, o clube que contabilizou o maior número de artilheiros de uma única edição foi o Fluminense. O Tricolor carioca teve o maior goleador em quatro das 16 edições do Brasileirão desde 2003 e sempre esteve nas primeiras colocações do levantamento. Washington (com 29 gols em 2008), Fred (com 20 gols em 2012 e 18 em 2014) e Henrique Dourado (com 18 gols em 2017) foram os jogadores que colocaram mais bolas no fundo da rede com a camisa do clube. No total, o Flu tem 866 gols marcados e a quinta colocação geral.
Maiores torcidas, sim; maiores goleadores, ainda não
Os maiores clubes de massa do país, Flamengo e Corinthians aparecem muito timidamente entre os primeiros colocados do ranking. Os paulistas até chegaram a ocupar a segunda colocação logo no começo da contagem, mas nem os quatro títulos ao longo da era dos pontos corridos – é o maior campeão do período – ajudaram a colocar a equipe em destaque no videográfico. O Corinthians não apareceu mais entre os seis primeiros depois do rebaixamento de 2007.
Já no lado flamenguista, a ascensão se deu a partir de 2012: a primeira vez que o time ocupou a sexta colocação. O entra e sai dos rubro-negros só parou em julho de 2017. Com as finanças em dia, o clube passou a frequentar de forma assídua a parte de cima da tabela do Brasileirão, o que acabou reverberando na quantidade de gols marcados. O Flamengo ultrapassou o Internacional, que havia sido rebaixado em 2016, e não saiu mais do sexto lugar desde então.
E o decacampeão? Cadê?
O Palmeiras tem dominado o Brasileirão nos últimos três anos. Conquistou o título em 2016 e 2018, foi vice em 2017 e lidera a competição de forma invicta este ano. Para o levantamento de gols marcados na era dos pontos corridos, o que prejudicou o desempenho da equipe foi o fato de ter disputado a Série B duas vezes – o Palmeiras não disputou a edição inaugural, em 2003, e o torneio de 2013. Mesmo assim, o bom desempenho recente o deixa apenas 50 gols atrás do Flamengo, que hoje é o sexto colocado geral: 795, contra 845 dos cariocas. Mesmo assim, está sete gols à frente do rival Corinthians, que disputou um campeonato a mais, e atualmente está na décima colocação geral.
Outros grandes fora da lista
Outros times tradicionais também foram prejudicados por rebaixamentos nas últimas duas décadas e não figuraram entre os primeiros do levantamento: foram os casos de Grêmio e Botafogo, respectivamente oitavo e décimo segundo no ranking. O time carioca nem mesmo disputou o primeiro Campeonato Brasileiro por pontos corridos, em 2003, e começou a disputa zerado – para piorar, caiu para a Série B novamente em 2014. Já os gaúchos foram rebaixados logo na segunda edição do torneio e ficaram de fora da disputa no ano seguinte.
Créditos
Reportagem: Alexandre Senechal
Arte: Alexandre Hoshino
Edição de vídeo: Ricardo Ferrari
Revisão: Alexandre Senechal e Gabriel Gama