Tite: ‘A equipe tem um DNA, mas ainda está em formação’
As boas atuações de Fagner, Douglas Costa e Roberto Firmino colocam dúvidas na cabeça do treinador da seleção
SÃO PETESBURGO – Visivelmente aliviado após a vitória sobre a Costa Rica, o técnico Tite admite que a seleção brasileira ainda não atingiu seu desempenho ideal, mas aponta que está no caminho certo. “A equipe vai sendo construída ao longo da própria competição. Eu, enquanto técnico, tenho que estar observando esse crescimento da equipe. É uma construção, um fortalecimento”, disse o treinador. Mas na avaliação da comissão técnica, a entrada de Douglas Costa, Fagner e Roberto Firmino na equipe foram fundamentais para o resultado positivo desta sexta-feira.
O desequilíbrio no desempenho do time nas duas metades do jogo é algo que incomoda toda a comissão. “Em termos criativos, de construção, está devendo. Precisa ser um pouquinho mais equalizada.” Dentro dos aspectos positivos apontados pelo treinador, está a consistência defensiva da equipe. No jogo contra a Costa Rica, foram apenas quatro as chances de gol da equipe costarriquenha, todas para fora do gol. Também agradou o volume de finalizações, 23 ao todo. “Disse que queria que eles inchassem a mão do Navas, de tanto espalmar bolas. Ou seja, que acertassem o gol, o fizessem trabalhar.”
Além disso, a equipe ainda não tem uma figura dentro de campo que consiga controlar a velocidade da partida. O que, na visão de Tite, não significa necessariamente falta de liderança. “Cada um tem uma parcela de responsabilidade. Essa é a explicação por trás da rotação de capitães. A liderança de proposição é de Coutinho e de Neymar. A liderança competitiva é de Miranda, Casemiro e Fernandinho. A liderança posicional é de Renato Augusto. Da criatividade vai ser do Marcelo. Mas a equipe não tem um pensado do jogo, aquele que põe o pé sobre a bola, especificamente.”
Sobre o fato de ser mais uma partida sofrida, tanto para a torcida quanto para os atletas, resolvida apenas nos acréscimos, o técnico da seleção disse que é melhor ir se acostumando. “É Copa do Mundo, parceiro. Aqui a margem de erro é muito pequena”, avaliou Tite. “O que eu trago para o Brasil é essa consolidação e crescimento dentro do torneio. A equipe se forma campeã, não é por antecipação. O grau de dificuldade exige isso. Fora o aspecto emocional da competição, que é muito forte.”
Bronca em Neymar, se houver, ficará em segredo
Sobre o aspecto disciplinar de sua equipe, principalmente em relação ao comportamento irritadiço de seu camisa 10, Neymar, o comandante do Brasil preferiu não divulgar qual será sua ação, mas que certamente haverá uma conversa. “O técnico é ético e nunca vai abrir o que se fala para os jogadores, mas ele tem a noção exata do que deve ser feito”, resumiu.