A Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ) homologou nesta quarta-feira, 20, o pedido de cumprimento da pena de Robinho no Brasil. O jogador foi condenado na Itália a nove anos de prisão por estupro coletivo. Robinho, 40, ainda pode recorrer. A votação terminou em 9 a 2 para o cumprimento imediato da pena e em regime fechado.
A defesa deve recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o jogador não cumpra a pena e o julgamento seja anulado. Segundo os advogados, o processo penal italiano teria se utilizado de instrumentos de investigação ilegais no Brasil. Além disso, o próprio atleta disse ser vítima de racismo por parte dos ministros italianos.
Relator do caso, o ministro Francisco Falcão fez a leitura do seu voto e, desde o início, deixando claro que a pena italiana se encaixa nos critérios da Justiça brasileira.
“Diante da negativa da extradição de brasileiro nato, o compromisso internacional do Brasil com o Governo da Itália é a transferência da execução da pena, para que o nacional [Robinho] cumpra pena em território nacional”, afirmou o ministro. “Defender que não se possa executar aqui a pena imposta no estrangeiro, portanto, é o mesmo que defender a impunidade do requerido pelo crime praticado.”
No início da sessão, foi relembrado que o julgamento não se tratava do julgamento da inocência ou não de Robinho. O ex-jogador do Santos, Real Madrid, Manchester City, Milan, Atlético-MG e seleção brasileira foi condenado em todas as instâncias na Itália. Como já estava no Brasil na época do julgamento, não pode cumprir a pena.
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O julgamento foi transmitido ao vivo pelo canal do STJ no YouTube, contou com a presença de público, de entidades de defesa da mulher e quase 200 jornalistas brasileiros e estrangeiros. Robinho não estava presente.






