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Por que Boca x River é tratada como a maior final de todos os tempos

Gigantes de Buenos Aires formam uma das rivalidades mais intensas do planeta e farão o primeiro clássico regional em uma decisão de Libertadores

Nunca houve na história do futebol uma final tão quente quanto a da Libertadores de 2018. Pelo menos é o que garantem os argentinos – e com ótimos argumentos. Boca Juniors e River Plate, eternos rivais de Buenos Aires e dois dos clubes mais importantes do planeta, se enfrentarão pela primeira vez em uma final internacional. Será também o primeiro clássico em uma decisão da competição criada em 1960. Segundo o presidente argentino Maurício Macri, o país inteiro ficará “três semanas sem dormir”, tamanha a ansiedade pelo “Superclássico” continental.

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“O time que perder demorará 20 anos para se recuperar”, sentenciou Macri, que também é ex-presidente do Boca, à rádio FM La Meca antes das semifinais, deixando claro que preferia que Grêmio ou Palmeiras tivessem avançado para evitar tamanha comoção nacional na Argentina. O Grêmio protocolou um recurso junto a Conmebol para solicitar a eliminação do River, devido às infrações de seu técnico Marcelo Gallardo na semifinal, mas é pouco provável que o clube argentino seja punido e perca a vaga para os gaúchos. 

Nem na Liga dos Campeões da Europa se viu uma rivalidade tão intensa e barulhenta – como um Barcelona x Real Madrid, Milan x Inter ou Liverpool e Manchester United -, numa final. O mais próximo disso foram as decisões entre Atlético de Madri e Real Madrid (em 2014 e 2016), Juventus e Milan (2003) e Bayern de Munique e Borussia Dortmund (2013). Nada que se compare à tensão que os clássicos na Bombonera ou no Monumental de Núñez produziram em uma história de 115 anos inimizade.

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Os xeneizes ou bosteros, como são conhecidos os torcedores do Boca, já celebraram seis títulos da Libertadores – neste ano o time pode alcançar o recorde de sete taças do vizinho Independiente. Já os millionarios do River vão em busca do tetracampeonato e de manter um rendimento melhor nos clássicos recentes. Em 2014, o River eliminou o rival na semifinal da Sul-Americana e no ano seguinte, quando conquistou o tri, tirou o Boca nas oitavas de final, no famoso “escândalo do gás de pimenta”, atirado por um torcedor boquense contra os atletas adversários.

O Boca, no entanto, leva vantagem no histórico do clássico e também do torneio: ao todo, foram 134 vitórias, 122 derrotas e 115 empates, em 371 jogos; na Libertadores, o time azul e ouro venceu 10, perdeu sete e empatou outras sete. Os clássicos mais recordados aconteceram no início da década passada, nas quartas de final de 2000, decidida com show de Martín Palermo e Juan Riquelme, e na semifinal de 2004, nos pênaltis, em partida em que Carlos Tevez foi expulso por imitar uma galinha (forma pejorativa como os torcedores do River são chamados). De volta ao Boca, Tevez deve começar na reserva, mas será uma das atrações da final.

O primeiro jogo da decisão vai ocorrer no sábado, dia 10, em La Bombonera, casa do Boca Juniors. Já a finalíssima está marcada para 24 do mesmo mês, provavelmente no Monumental de Núnez.

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Segundo o diário Olé, a própria Conmebol pediu que a federação argentina altere o calendário da Superliga do país para agendar as finais da Libertadores para dois sábados – algo nada usual. Um ingrediente torna ainda mais relevante a decisão entre rivais: será a última em dois jogos, um na casa de cada clube, antes da mudança para o formato de decisão única em campo neutro – a de 2019 será em Santiago, no Chile.

Copa Libertadores: Boca Juniors x River Plate
Duelo na Libertadores de 2015 teve provocações ao River por rebaixamento e eliminação do Boca por agressão de um torcedor Marcos Brindicci/Reuters
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