Morre Freddy Rincón, ídolo do Corinthians e da seleção colombiana
Ex-meio-campista tinha 55 anos e estava em estado crítico após sofrer acidente de carro em Cali, na última segunda-feira
Morreu na quarta-feira, 13, o ex-jogador colombiano Freddy Rincón, aos 55 anos. O ex-atleta estava internado em estado crítico desde a última segunda-feira, 11, quando sofreu um acidente de carro em Cali, em seu país natal. O veículo em que ele estava se chocou com um ônibus, deixando mais três pessoas feridas. Rincón sofreu traumatismo craniano grave e passou por cirurgia no centro médico Imbanaco, mas não resistiu. O hospital confirmou a morte nesta quinta, 14.
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Freddy Eusebio Gustavo Rincón Valencia nasceu em 14 de agosto de 1966, em Buenaventura, e se tornou um dos maiores ídolos da história do Corinthians e da seleção colombiana. Revelado no Atlético Buenaventura, de sua cidade natal, ele jogou também pelos gigantes nacionais Independiente Santa Fe e América de Cali antes de chegar pela primeira vez ao Brasil em 1993, para defender o Palmeiras.
Rincón chegou ao Verdão já com status de craque internacional. Na Copa do Mundo de 1990, na Itália, ele marcou o gol do empate por 1 a 1 com a futura campeã Alemanha Ocidental na primeira fase, que garantiu a Colômbia nas oitavas de final pela primeira vez. E nas Eliminatórias da Copa de 1994, a maior atuação dele pela seleção: dois gols nos lendários 5 x 0 sobre a Argentina, em pleno Monumental de Núñez, em Buenos Aires.
“A melhor sensação foi quando o jogo terminou e a torcida argentina começou a nos aplaudir. Sabemos como são os argentinos, e escutá-los nos reverenciando foi maravilhoso”, contou Rincón a PLACAR em entrevista de 2018. Pela Colômbia, ele também disputou os Mundiais de 1994, nos Estados Unidos, e 1998, na França.
Já pelo “supertime” do Palmeiras, turbinado pela Parmalat e comandado por Vanderlei Luxemburgo, o então meia foi campeão paulista e brasileiro em 1994, no que considera a melhor equipe que defendeu na carreira, ao lado de craques como Roberto Carlos, Mazinho, Edmundo, Edílson e Evair. Depois da Copa do Mundo, foi vendido para o Napoli, da Itália, e defendeu também o Real Madrid, da Espanha, mas nunca conseguiu repetir em gramados europeus o brilho que teve no futebol brasileiro.
Em 1996, já aos 30 anos, voltou para o Palmeiras, mas a segunda passagem não teve o mesmo destaque da primeira. Saiu então para o rival Corinthians, onde reencontrou Luxemburgo e mudou de posição: de meia ofensivo, o veterano foi recuado para volante, tornando-se um dos nomes mais dominantes da posição no país. Pelo Timão, virou ídolo da torcida e capitão do time, conquistando os Brasileiros de 1998 e 1999, o Paulista de 1999 e o Mundial de Clubes de 2000. Além do porte físico avantajado e da técnica apurada, ficou famoso também pelo temperamento curto, arrumando briga até com companheiros de time como Marcelinho Carioca.
Já nos últimos anos como atleta, jogou ainda por Santos e Cruzeiro, antes de um retorno rápido para o Corinthians em 2004, quando se aposentou. Tentou engatar uma carreira de treinador, que não decolou: comandou Iraty-PR, São Bento-SP, São José-SP, Corinthians sub-20 e Flamengo-SP, além de uma passagem como auxiliar de Luxemburgo no Atlético-MG em 2010.
O pós-carreira foi marcado também por um caso judicial. Em 2007, Rincón foi preso em São Paulo, após pedido de extradição da justiça do Panamá, acusado de lavagem de dinheiro e associação com o narcotraficante Pablo Rayo Montaño. Após 123 dias detido, foi solto para responder ao processo em liberdade. Já em 2015, seu nome ficou por seis meses na lista de procurados da Interpol pelo mesmo motivo. Em 2016, o ex-jogador foi absolvido de todas as acusações, as quais ele sempre negou.
Após muitos anos morando em São Paulo depois de parar de jogar, Rincón havia voltado a viver em seu país natal e vinha participando de jogos beneficentes. Ele deixa quatro filhos: Freddy, Sebastián, Leonardo e Maria Clara.