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Luis Scola, um adorável carrasco do Brasil, se despede com honras

Lenda do basquete argentino e da NBA se aposentou da seleção de seu país nesta terça, aplaudido de pé por companheiros e adversários em Tóquio

O esporte sul-americano se despediu nesta terça-feira, 3, de uma de suas maiores figuras em toda a história. Luis Scola, ídolo da geração argentina de basquete que conquistou o ouro olímpico em Atenas-2004, com uma carreira brilhante também na NBA, se despediu de sua seleção após 22 anos com uma derrota para a Austrália por 97 a 59, nas quartas de final dos Jogos de Tóquio na manhã desta terça-feira, 3. Aos 41 anos, o veterano ala-pivô deixou a quadra com lágrimas nos olhos após uma justa reverência: colegas e adversários se levantaram para aplaudi-lo, em mais uma bela cena desta Olimpíada.

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O jogo chegou a ficar parado para que todos aplaudissem a lenda do basquete. Scola fez por merecer tamanha honraria. Além do surpreendente título olímpico em 2004, tem uma medalha de bronze em Pequim-2008 e dois vices mundiais da Fiba, em 2002 e 2019, no currículo. Por clubes, é um ídolo no basquete espanhol e passou 10 anos com destaque na NBA, atuando por Houston Rockets, Phoenix Suns, Indiana Pacers, Toronto Raptors e Brooklyn Nets. Desde 2017, ele joga na China.

Scola é também um dos maiores carrascos do basquete brasileiro. Foram muitos anos de freguesia, sempre com Scola jogando tremendamente bem nos clássicos. Assim como ocorria com Zinedine Zidane, nosso algoz dos gramados, era impossível odiar o argentino de extrema classe, dentro e fora da quadra. Nesta Olimpíada, Scola deu mais uma amostra de seu caráter acima da média ao se desculpar, via Instagram, com uma repórter pouco depois de dar-lhe uma resposta atravessada, de cabeça, quente após uma derrota. O camisa 4 foi sempre assim, intenso e humano, um líder muitíssimo talentoso, e por isso recebeu uma série de homenagens nesta terça.

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“Aplausos de pé para um dos melhores. Obrigado Luis Scola”, postou a Federação Internacional de Basquete (Fiba). Manu Ginobili, o outro craque desta geração, multicampeão pelo San Antonio Spurs na NBA e seu maior parceiro pela Argentina, também rasgou elogios. “Quanta emoção nesse último aplauso! Obrigado, Luis Scola, por nos ensinar tanto nesses anos e por liderar com exemplo sempre. Foi um grande luxo o ter como companheiro. Aplaudo de pé”, escreveu Ginobili, hoje aposentado.

Em entrevista à TV Pública da Argentina, seu companheiro Facundo Campazzo relatou a emoção em quadra. “A derrota, de certa maneira, passou para segundo plano. Apesar de doer, e tem de doer, todos nós que estivemos nos ginásios temos de estar orgulhosos de ter estado ali para se despedir de Luis”, disse o jogador do Denver Nuggets. “Existe um antes e um depois de Luis. Ele mudou tudo para melhor, nos empurrou ao máximo e notamos isso. Vamos sentir muitíssimo a sua falta.”

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