A discussão sobre o uso de gramado sintético ganhou força nesta semana, com Neymar liderando o protesto dos jogadores contra o piso artificial no futebol profissional. O tema voltou à tona após a derrota do São Paulo por 2 a 1 para a Ponte Preta, quando Lucas Moura fez um longo prounciamento sobre o assunto.

Um dos líderes do movimento contra o sintético, o camisa 7 do São Paulo revelou detalhes da conversa que teve com Thiago Silva e Neymar a respeito do tema. Atualmente, Palmeiras, Botafogo e Atlético-MG são os únicos clubes da elite do futebol brasileiro que não utilizam grama natural em seus estádios.

“Sobre o gramado sintético, é um assunto que eu já bati na tecla no ano passado, dei algumas entrevistas falando do meu posicionamento. E depois da chegada do Thiago Silva e agora do Neymar, que eles também se posicionaram contra o sintético, eu conversei com eles, resolvemos criar esse movimento, entramos em contato com jogadores de outras equipes e espalhamos nas nossas equipes e muita gente aderiu. Para deixar bem claro, o nosso posicionamento não é ataque contra nenhum time que tem gramado sintético, contra nenhuma instituição e nenhuma empresa que produz a grama sintética. A nossa reclamação é totalmente técnica”, afirmou Lucas na zona mista após a partida.

O jogador reforçou que a questão não está relacionada ao risco de lesões, mas sim à diferença na dinâmica do jogo entre os dois tipos de piso.

“Ouvi gente falando de risco de lesão, em nenhum momento falamos sobre isso, o nosso ponto é totalmente técnico. É outro esporte. Existe o futsal, que eu sou apaixonado, existe o futebol de areia, que é muito legal, o fut7, que é muito legal, e existe o futebol de campo, que é o que a gente pratica. E são esportes completamente diferentes, a jogabilidade, a dinâmica, são totalmente diferentes. O nosso ponto é técnico, jogar no sintético, no gramado natural, é totalmente diferente. E por mais que tenha gramado sintético de altíssima qualidade, hoje a tecnologia está absurda, nunca vai ser igual ao gramado natural. Esse é o nosso ponto”, completou.

Lucas Moura também revelou que, se dependesse apenas de sua vontade, evitaria atuar em gramados sintéticos. No entanto, em jogos importantes, ele acaba entrando em campo devido ao seu compromisso com o clube.

“Eu jogo em um gramado sintético, mas eu tenho que evitar ao máximo que eu puder, mas é óbvio que às vezes é clássico, um jogo decisivo, eu tenho que entrar em campo, eu tenho contrato, eu vou brigar pelo meu clube. Se eu puder evitar, se eu puder conversar com a comissão, eu prefiro não jogar. Pode perguntar para qualquer jogador, ex-jogador, para qualquer um que joga futebol, sabe da diferença. Vimos torcedores falando que é frescura da nossa parte, não. Não é à toa que as maiores ligas não usam, vários jogadores falaram que não jogam, que é totalmente diferente”.