Casemiro, Gabriel Jesus, Richarlison e outros ausentes na lista de Dorival
Técnico adotou tom cauteloso sobre volante do Manchester United, diz que idade não pesa, mas só chamou nove dos 26 que estiveram no Catar
O técnico da seleção brasileira, Dorival Júnior, adotou tom cauteloso, mas promoveu na convocação para a Copa América uma espécie de “limpa” na base eliminada nas quartas de final da Copa do Mundo do Catar, há 18 meses. A ausência de nomes como Casemiro, Thiago Silva, Richarlison e Gabriel Jesus provocou questionamentos logo após o anúncio da lista com 23 nomes. Dos 26 convocados para o último Mundial, agora só nove constam no chamado de Dorival para a competição nos Estados Unidos.
Dorival atribuiu a ausência de Richarlison, convocado na última Data Fifa, a “uma lesão não oficializada pelo Tottenham”. Segundo o treinador, o jogador acusou um problema na panturrilha e comunicou o problema à comissão técnica.
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O atacante de 26 anos foi uma das surpresas da primeira convocação após longo período de críticas com Ramon Menezes e Fernando Diniz. Em nova fase no futebol inglês, desabafou na ocasião em uma entrevista concedida em Londres quando falou sobre saúde mental e a importância do acompanhamento psicológico, iniciado em setembro de 2023.
O jogador, de fato, não vive o melhor momento na temporada. Desde março, só foi titular em uma das oito partidas em que foi relacionado. Entrou em cinco delas, mas em outras duas só permaneceu no banco. O camisa 9 teve um problema no joelho no período.
Casemiro, por sua vez, até foi lembrado por Dorival em março, mas acabou cortado pouco depois também por lesão. O treinador ponderou a ausência, afirmando que o ciclo do jogador ainda não está encerrado e que ligará pessoalmente para justificar a decisão.
“Sobre Casemiro, merece o respeito de todos nós. Tive uma conversa em Manchester com ele há uns três meses, expus o que eu pensava sobre ele, sobre o momento da equipe dele e do que eu precisava. Não quer dizer que está descartado, ele sabe bem o que eu penso dele, amanhã farei outro contato com calma. É um jogador que merece consideração, carinho e respeito, e que continuemos acreditando num atleta deste nível”, ponderou.
“Foi uma decisão puramente técnica. Procuramos avaliar todos os atletas. Não importa idade, clube ou outra situação que não seja o momento de cada atleta”, acrescentou em outro momento, quando questionado sobre a presença de só três jogadores do futebol brasileiro: Bento (Athletico Paranaense), Arana (Atlético Mineiro) e Endrick (Palmeiras).
Da lista do Catar, ainda há outros nomes de peso como o atacante Gabriel Jesus, presente nas duas últimas Copas, mas ausente nas duas primeiras convocações do treinador desde que foi contratado pela CBF.
Ele explicou ter monitorado ao menos 60 nomes que atuam no futebol brasileiro e no exterior, mas não refutou em convocar o zagueiro Eder Militão, ainda em retorno gradativo após se recuperar de grave lesão no joelho.
“O Militão está à disposição e está sendo inserido aos poucos. Podemos ter uma possibilidade de recuperação total, se já não aconteceu. Dificilmente seu treinador alteraria a equipe em função da recuperação dele. Tenho um conhecimento grande dele, da sua capacidade e das suas condições, e tenho certeza que chegará bem”, afirmou.
Outro ausência questionada foi o do zagueiro Thiago Silva, do Chelsea, que recentemente anunciou um pré-contrato do Fluminense: “O mesmo com o Thiago, com quem falei há 10 dias atrás. Tem história na seleção brasileira e tem que ser respeitado. A não convocação é em razão daquilo que acreditamos neste instante”.
Com relação a primeira lista, de março, ficaram fora nomes como os goleiros Rafael (São Paulo) e Léo Jardim (Vasco), chamados justamente pelos cortes de Alisson e Ederson; o lateral-esquerdo Ayrton Lucas (Flamengo); os zagueiros Bremer (Juventus), Fabricio Bruno (Flamengo) e Murilo (Palmeiras); os volantes André (Fluminense) e Pablo Maia (São Paulo), além dos atacantes Galeno (Porto), Pepê (Porto) e Richarlison (Tottenham).
A maior novidade foi a presença do atacante Evanilson, do Porto, autor de 24 gols e cinco assistências na atual temporada.
Copa América
O Brasil estreia no torneio diante da Costa Rica, no dia 24 de junho, em Los Angeles. A equipe está no grupo D ao lado de Colômbia, Paraguai e Costa Rica.
Além da competição, a lista também vale para dois amistosos preparatórios: contra o México, no dia 8 de junho, e contra os Estados Unidos, no dia 12, ambos já em solo americano.
Pelo cronograma, os atletas que atuam na Europa se apresentam primeiro, em 30 de maio, enquanto jogadores do futebol brasileiro quatro dias depois, em 3 de junho.
Haverá atraso no planejamento de parte dos jogadores pelo desfecho da Champions League. O Real Madrid, um dos finalistas, tem Éder Militão, Rodrygo e Vinicius Júnior entre os convocados.
A seleção brasileira já iniciou oficialmente um novo ciclo, com o ex-treinador do São Paulo no comando, na Data Fifa de março com os amistosos diante de Inglaterra e Espanha na Europa – vitória por 1 a 0 contra os ingleses e empate por 3 a 3 com os espanhóis.
Além de Endrick, que marcou os seus dois primeiros gols pela seleção, outros nomes chamaram a atenção como o goleiro Bento, os zagueiros Fabrício Bruno e Beraldo, o lateral-esquerdo Wendell, os volantes João Gomes e Andres Pereira e o meia Lucas Paquetá.
A primeira convocação de Dorival ocorreu 51 dias após ser anunciado pela CBF para suceder Fernando Diniz no cargo. O treinador foi o escolhido após o fracasso do presidente Ednaldo Rodrigues nas negociações com o italiano Carlo Ancelotti, que renovou contrato com o Real Madrid.
Na lista inicial, cinco estreantes: Rafael (São Paulo), Beraldo (Paris Saint-Germain), Murilo (Palmeiras), Pablo Maia (São Paulo) e Savinho (Girona). Dos escolhidos, sete atuam no futebol brasileiro. Posteriormente, o treinador precisou fazer substituições em razão de lesões. Foram chamados Léo Jardim, Fabrício Bruno e Galeno para as vagas de Ederson, Marquinhos e Gabriel Martinelli, respectivamente.
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