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‘Casa mais linda’: a carta de adeus de Jorge Sampaoli à torcida santista

Técnico argentino fez questão de mencionar os funcionários, jogadores e torcedores do clube; o presidente Peres ficou de fora da lista de agradecimentos

O Santos divulgou na noite desta terça-feira que Jorge Sampaoli não era mais técnico do time paulista. No dia seguinte, o argentino escreveu uma carta, em português (embora ele não tenha aprendido o idioma), para agradecer o ano de trabalho à frente da equipe santista, vice-campeã brasileira em 2019.

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No agradecimento aos jogadores, funcionários e torcedores do Peixe, Sampaoli começou dizendo que a Vila Belmiro foi uma de suas casas mais lindas, e não fez menção alguma à diretoria ou ao presidente José Carlos Peres, com quem teve relação tumultuada até os últimos dias.

Sampaoli definiu o Santos como “um lugar que me permitiu voltar a crer nos sonhos, no jogo e na alegria dentro do futebol” e disse que se sentiu reconhecido e querido durante a temporada em que viveu no Brasil. “Em um mundo que nos trata como objetos, me senti humano e isso foi um privilégio maravilhoso”.

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O argentino acredita que este é o momento certo de sair do clube, para não arranhar a imagem que construiu no último ano. Apesar de não ter conquistado nenhum título, o Santos apresentou um bom futebol e, nos últimos jogos da equipe na Vila, a torcida fez diversos apelos para que ele permanecesse.

Na carta de despedida, o técnico de 59 anos fez questão de agradecer os “Meninos da Árvore”, os jovens que acompanham os treinos do time do topo de uma árvore do lado de fora do CT Rei Pelé. “Foram meus amigos mais legais e os levarei na minha memória para sempre”, escreveu.

Confira a carta de despedida de Jorge Sampaoli:

O Santos foi uma das minhas casas mais lindas.

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Um lugar que me permitiu voltar a crer nos sonhos, no jogo e na alegria dentro do futebol. Todas estas coisas sinto que são, para mim, uma enorme conquista porque a exigência e o imediatismo deste esporte nem sempre nos permite ser felizes. Em um mundo que nos trata como objetos, me senti humano e isso foi um privilégio maravilhoso. Sinto que é um momento da história no qual desfrutar o presente não é simples. Prefiro não arranhá-lo. O próximo ano será muito difícil para o Santos. Jogará o Paulista, o Brasileirão, a Copa do Brasil e a Libertadores. Penso, com chance de me equivocar, que algumas circunstâncias estruturais não me permitiriam sentir com comodidade.

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Quero agradecer aos jogadores. Em um torneio com um calendário esgotante, mostraram uma fidelidade à ideia impressionante. Nunca renunciaram às convicções pelo jogo e foram a qualquer estádio do Brasil para mostrar quem somos e quanto amor sentimos pela bola.

Quero agradecer aos trabalhadores e às trabalhadoras do CT Rei Pelé. São a alma do clube. Aqueles que em silêncio constroem e defendem uma instituição gloriosa.

Quero agradecer aos meninos do CT. Foram meus amigos mais legais e os levarei na minha memória para sempre.

Porém, sobretudo, quero agradecer à cidade. Santos é um lugar maravilhoso. Trataram-nos como se estivéssemos vivido toda a vida aqui. Ficará para sempre, também, que aqui nasceu meu terceiro filho, León.

Talvez, isso seja simplesmente um até logo e a vida nos permita um reencontro. As despedidas são essas dores doces.

Muito obrigado, de coração. Eu os levarei na alma, para sempre.

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