O futebol catarinense estreou o seu profissionalismo apenas no início dos anos 1960, quando ‘criativos’ empresários criciumenses zeram uso da ‘tacada de mestre’, precisamente, para abafar uma greve geral demineiros do carvão que estaria por ocorrer.
O intuito era proporcionar a eles a realização de um sonho, a criação de “um time que os representasse em grande nível, recheado de craques vindos de importantes centros do país”. Acreditava-se que, dessa forma, seriam esquecidos os baixos salários da categoria: “Vamos criar um super time que faça os nossos mineiros esquecerem a greve” – relato de Zé Dassilva, escritor, autor de livro e documentário sobre a história do Metropol. Desse modo, sob o patrocínio da Carbonífera Metropolitana, profissionalizou-se o Esporte Clube Metropol, que manteve a hegemonia do futebol local durante a década de 1960, período em que conquistou cinco vezes o Catarinense, um exemplo de boa gestão e sucesso a ser seguido pelos clubes rivais. A equipe fez boas campanhas, também, na Taça Brasil, sobretudo em 1968, quando chegou até as quartas de final da competição. O clube, no entanto, encerrou suas atividades futebolísticas em 1969.
O Metropol dominou o futebol nos anos 1960 – Arquivo Pessoal
Após mais de duas décadas, entre 1991 e 1992, seu conterrâneo mais jovem, o Criciúma Esporte Clube, ganharia destaque nacional ao sagrar-se campeão invicto da Copa do Brasil, e internacional, ao ser o quinto colocado da Taça Libertadores, algo inédito, e até hoje único no futebol catarinense.
Em 1992, o Criciúma fez grande campanha na Libertadores – Nelson Coelho
Já em 2009, a Associação Chapecoense de Futebol se transformou em ‘um meteoro’ ao iniciar uma incrível ascensão. Em apenas seis anos, partiu da Série D à elite nacional, onde tem se mantido desde 2014. Fato é que hoje a maioria dos clubes ‘catarinas’ tem realizado bons planejamentos, montado grandes estruturas e mantido parcerias, que ajudam a atrair importantes recursos de empresas locais. Não é à toa que o estado cresce, é rico e dotado de economia diversificada. O progresso é tamanho que, se no início deste século não havia sequer um time catarinense na 1ª Divisão, desde então há, sempre, pelo menos um representante.
Hoje são cinco clubes no Brasileirão, Figueirense e Chapecoense na Série A, e Avaí, Criciúma e Joinville na Série B. Ano passado Santa Catarina foi a segunda força nacional, com quatro equipes na elite, atrás apenas dos paulistas. É pouco?