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“A F1 era melhor quando eu era um ditador”, dispara Ecclestone

O diretor comercial da FIA criticou a atual estrutura democrática na organização da F1, na qual as equipes, segundo ele, têm mais voz e comandam mais do que os dirigentes

O chefão da Fórmula 1, Bernie Ecclestone, continua com a língua afiada. Nesta quarta-feira, às vésperas do GP da Rússia de Fórmula 1 – a quarta etapa da temporada de 2016 -, nas ruas da cidade de Sochi, o principal dirigente da categoria deu mais uma de suas típicas declarações em uma entrevista ao jornal russo Sovetsky Sport, criticando a atual hegemonia das equipes Mercedes e Ferrari nos treinos e corridas. Ele chegou a afirmar que no passado, quando era um “ditador”, tinha mais poder de decisão na organização da F1 e que naquela época, de acordo com ele, a estrutura política era melhor e as equipes eram submissas às escolhas e mudanças no regulamento.

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“Precisamos voltar aos bons e velhos dias em que construímos a Fórmula 1 que conhecemos hoje, quando eu estava em uma posição muito mais forte e quando eu era um ditador. Mas com a democracia atual, temos pessoas manipulando o esporte de acordo com seus próprios interesses”, afirmou. “Muitas vezes me queixei nos últimos anos e me queixo de novo, mas nossa estrutura está mal. Temos permitido que Ferrari e Mercedes nos guiem. Por que? Eles têm a maioria dos motores das outras equipes e têm um impacto importante sobre eles”, disse Ecclestone, que em 2009 já havia demonstrado apreço ao ditador da Alemanha nazista, Adolf Hitler, ao dizer que ele “era um homem que resolvia as coisas”.

O dirigente inglês de 85 anos afirmou também que a democracia nas entidades não funciona. “Quando tratamos de chegar a algo novo, necessitamos uma coordenação com todos os participantes do campeonato. Esse caminho é equivocado. A democracia não funciona. Temos que voltar aos velhos tempos”, completou.

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Um mar de controvérsias – Na outra semana, durante uma conferência europeia sobre propaganda, Ecclestone já havia criticado às mulheres ao dizer que elas “não são capazes de conduzir um carro de Fórmula 1 de forma rápida” e que “isso não deveria ser levado a sério”. Suas declarações causaram a revolta de pilotos femininas, como a britânica Pippa Mann, competidora da IndyCar.

No mesmo evento, o diretor comercial da FIA disse que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, “é o homem que deveria controlar a Europa” e ainda manifestou seu apoio ao pré-candidato Donald Trump na disputa pela presidência dos Estados Unidos. Endossando os ideiais anti-imigratórias do presidenciável americano, Ecclestone afirmou que os imigrantes não fizeram nenhuma contribuição ao Reino Unido na história – desrespeitando, inclusive, o tricampeão mundial Lewis Hamilton, neto de imigrantes da ilha caribenha de Granada.

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(Com Estadão Conteúdo)

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