A discussão sobre a Copa Intercontinental ser considerada um título mundial é uma das mais acaloradas do futebol, especialmente no Brasil. Para muitos torcedores, a taça erguida no Japão ou nos duelos de ida e volta representa o ápice da glória; para rivais, é frequentemente usada como argumento de diminuição.

A Fifa, entidade máxima do futebol, já se posicionou sobre o assunto, mas as nuances históricas e as recentes mudanças de nomenclatura mantêm o debate vivo nas arquibancadas e mesas redondas.

Em busca do bimundial, o Flamengo estreia no Intercontinental de 2025, no Catar, na próxima quarta-feira, 10, no Derby das Américas diante do Cruz-Azul, do México. O vencedor pega o Pyramids, do Egito, para então jogar a finalíssima contra o PSG.

A história da disputa

Disputada originalmente entre 1960 e 2004, a Intercontinental colocava frente a frente o campeão da Libertadores e o vencedor da Liga dos Campeões da Europa. Clubes brasileiros como Santos, Flamengo, Grêmio e São Paulo conquistaram o troféu nessa era dourada.

A partir de 1980, o torneio passou a ser decidido em jogo único no Japão, muitas vezes patrocinado pela Toyota, solidificando a imagem do “Mundial” no imaginário popular sul-americano, que sempre tratou o confronto com peso máximo.

O reconhecimento oficial da Fifa

Entre 2000 e 2024, a entidade máxima do futebol e responsável pela então Intercontinental ampliou o torneio para todos os continentes, o que o transformou no conhecido Mundial de Clubes. Dentre os campeões selecionados, na edição inaugural de 2000, o Corinthians foi chamado para representar o país-sede, já que foi campeão brasileiro de 1998.

A grande virada na polêmica “Intercontinental versus Mundial” ocorreu em outubro de 2017. O Conselho da FIFA reconheceu oficialmente todos os vencedores da Copa Intercontinental (entre 1960 e 2004) como campeões mundiais de clubes. No entanto, a entidade faz uma distinção técnica: eles são campeões mundiais, mas não campeões da “Copa do Mundo de Clubes da Fifa”, torneio que foi  se consolidar anualmente a partir de 2005. Portanto, o status de campeão do mundo é válido, equiparando os feitos históricos aos títulos modernos.

Supermundial, a nova Copa Intercontinental e o Flamengo

Para adicionar mais uma camada à discussão, a Fifa reformulou seu calendário nesta temporada. Com a criação de um novo Mundial de Clubes (apelidado extraoficialmente de Supermundial), a ser disputado a cada quatro anos, a entidade resgatou o nome Copa Intercontinental para o torneio anual que reúne os campeões continentais. O Chelsea venceu o primeiro torneio com 32 clubes, nos EUA, e é tratado oficialmente pela Fifa no momento como o único campeão do Mundial de Clubes.