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Uruguai de 2010 assusta mais que o de 1950, diz Felipão

Técnico da seleção destaca o entrosamento e a qualidade da equipe uruguaia que se destacou no último Mundial, mas minimiza a pressão para a semifinal

“O torcedor tem correspondido muito mais do que a equipe merecia ou precisava. Isso faz com que nossos jogadores tenham um espírito diferente. Os adversários sentem. Amanhã é dia de fazer o Uruguai também sentir essa pressão”

O técnico Luiz Felipe Scolari não perde o sono com as assombrações de um passado distante. “Eu nem era nascido em 1950”, brincou ele nesta terça-feira, véspera da partida decisiva contra o Uruguai, no Mineirão. Na verdade, o treinador da seleção já tinha 2 anos quando a equipe celeste derrotou o Brasil na final do primeiro Mundial realizado no país. De qualquer forma, Felipão deixou claro que sua preocupação é com uma encarnação muito mais recente da seleção bicampeã olímpica e mundial. A equipe uruguaia da Copa de 2010, que chegou às semifinais e consagrou Diego Forlán como o melhor jogador do torneio, é o que deixa o técnico apreensivo para o encontro de quarta-feira em Belo Horizonte. O time treinado por Óscar Tabárez mudou pouco, mas caiu de produção nos últimos meses. Felipão espera que a melhor versão dessa equipe não dê as caras justamente no duelo decisivo. Mesmo respeitando muito o adversário, o treinador não transmitiu qualquer insegurança sobre a preparação de sua equipe para o confronto – ele voltou a comemorar a evolução relativamente rápida da equipe desde o início dos treinamentos para a Copa das Confederações.

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“Eu conheço o Tabárez de muitos anos, sei da forma como ele trabalha e da sua qualidade. O Cavani foi goleador máximo na Itália, Forlán foi o melhor da Copa de 2010, Suárez o melhor atacante do Campeonato Inglês… Eles estão desde 2010 jogando juntos e têm muita qualidade. É praticamente a mesma equipe do Mundial”, elogiou Scolari, atento ao ataque perigosíssimo dos visitantes. Se o Uruguai já mostrou todo o seu potencial na África do Sul, a seleção de Felipão ainda tem margem para crescer, segundo o próprio treinador. “Acredito, sim, que avançamos alguns bons passos rumo a ter uma formação tática, um estilo de jogo definido. Estamos num estágio melhor do que quando a gente começou, lá em fevereiro. Todo o grupo vai crescendo.” Mesmo com a reputação da equipe restaurada graças ao bom rendimento na competição, o técnico volta a ressaltar que o trabalho está muito longe do fim. “Os treinadores de todas as equipes sempre nos respeitavam, mas faltava mostrar o que podíamos fazer. Estamos resgatando um pouco daquela história vitoriosa da seleção. Mas ainda falta um caminho bem longo para dizer que estamos totalmente preparados, que podemos enfrentar qualquer time de igual para igual.”

O técnico se disse satisfeito com a chance de colocar a equipe em ritmo de competição, já que os atletas sentiam falta disso (o Brasil não disputa as Eliminatórias). “Muda muito em relação a amistoso. O foco é diferente.” Felipão sinaliza ainda que o grupo, apesar de jovem, não sente a pressão de enfrentar um adversário tradicional numa partida eliminatória, e que não teme os traumas que podem surgir com um possível revés. “Toda derrota tem algum impacto, faz com que a gente repense alguma coisa. Às vezes a vitória oculta os erros e a derrota mostra novos caminhos”, minimizou. Não que o técnico esteja pessimista com o jogo de quarta: além de apostar na evolução contínua da equipe, ele voltou a destacar a energia adicional que abastece sua equipe por causa da presença do torcedor. “Ele tem se manifestado com um carinho fantástico. E entendeu o que pedimos antes da competição, quando falamos que a seleção precisava do carinho do público, para que, em alguns momentos, quando há dificuldades, que ele carregasse a equipe em campo. O torcedor tem correspondido muito mais do que a equipe merecia ou precisava. Isso faz com que nossos jogadores tenham um espírito diferente. Os adversários sentem. Amanhã é dia de fazer o Uruguai também sentir essa pressão.”

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