Não é só a cobertura que está numa fase crítica na reforma do Maracanã. A instalação das cadeiras nas arquibancadas também tem prazo apertado
A corrida para entregar o Maracanã a tempo entrou numa etapa decisiva nesta segunda-feira. O palco da final da Copa das Confederações de 2013 e da Copa do Mundo de 2014 começou a receber as primeiras peças da nova cobertura do estádio. De acordo com o consórcio que administra a obra, 25 pessoas serão responsáveis pela missão de concluir a cobertura de lona, composta de teflon e fibra de vidro. Dezessete operários foram treinados nos últimos meses para realizar essa função. O governo do Rio de Janeiro contratou também oito alpinistas profissionais para ajudar a equipe. Eles farão um trabalho importante na hora de estender a lona sobre a estrutura do estádio. A cobertura do Maracanã será uma das maiores do mundo, com mais de 68 metros de extensão. De acordo com Ícaro Moreno Júnior, presidente da Empresa de Obras Públicas do Rio de Janeiro (Emop), a instalação é um grande desafio, pela complexidade do procedimento. “Vai ser uma verdadeira aula de engenharia”, prometeu. Ele garante que boa parte da estrutura que dá sustentação à lona já está montada. Ao ser concluída, ela será erguida por 120 macacos hidráulicos de forma simultânea.
Não é só a cobertura que está numa fase crítica na reforma do Maracanã. A instalação das cadeiras nas arquibancadas também tem prazo apertado. De acordo com informações da coluna Radar do site de VEJA, é improvável que não ocorra atraso na colocação das cadeiras. Há apenas um pequeno setor ocupado pelos assentos. Pelo cronograma da obra, pelo menos 30.000 das 78.000 cadeiras já deveriam estar prontas para o uso do torcedor. Na semana passada, o governador do Rio, Sérgio Cabral, confirmou que a licitação para concessão do Maracanã será lançada nos próximos dias. Cabral avisou também que, apesar dos protestos dos atletas e dirigentes de federações, o parque aquático Júlio Delamare e o estádio de atletismo Célio de Barros serão demolidos para a reforma do entorno do Maracanã – outra parte do projeto que também está atrasada. “É natural que haja uma apreensão, mas tanto atletismo quanto natação vão receber dois grandes empreendimentos”, disse Cabral, em referência às instalações prometidas para servir aos atletas que vinham treinando no complexo do Maracanã até agora. A Fifa assume a gestão do estádio em 24 de maio.
Apesar do investimento quase bilionário nos trabalhos de adequação do estádio para a Copa, o Maracanã corre sério risco de não ficar completamente pronto para a Copa das Confederações, que começa em 15 de junho. Entre os responsáveis pelas obras de adequação do estádio, há o temor de que a reforma não esteja 100% finalizada até o fim de abril, o “limite do limite” estabelecido pela Fifa no fim de 2012. Os engenheiros do consórcio, formado pelas construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez, já admitem internamente a possibilidade de que os trabalhos terão de ser interrompidos para a disputa da Copa das Confederações. Terminado o torneio – considerado o grande teste do país para o Mundial do ano que vem -, os trabalhos seriam retomados. Ou seja: no ensaio geral, para a Copa, o principal estádio, palco da grande final, pode estar incompleto. O primeiro jogo da Copa das Confederações no Maracanã está marcado para 16 de junho, entre México e Itália. A Fifa costuma cobrar a realização de pelo menos dois eventos-teste para observar o funcionamento do estádio em dia de evento antes de promover uma competição oficial no local. No caso do Maracanã, um deles será fechado, sem acesso do público – um teste inócuo, portanto – e o outro, um amistoso entre Brasil e Inglaterra, a poucos dias do torneio.