PLACAR lança guia da Libertadores 2025; adquira já o seu
Edição de abril da revista esportiva mais longeva da América do Sul conta com fichas técnicas dos 32 times, tabelas, estatísticas e mais

A principal competição do continente merece uma revista especial. A PLACAR lança nesta semana o guia da Libertadores 2025. A edição de abril, número 1522 da revista esportiva mais longeva da América do Sul, já está disponível na loja oficial no Mercado Livre e chega no sábado, 12, às bancas de todo o país.
O guia apresenta as 32 equipes participantes, com destaque para os sete brasileiros (Botafogo, Flamengo, Fortaleza, Palmeiras, São Paulo, Internacional e Bahia) — o país, aliás, venceu as últimas seis edições e pode igualar a Argentina entre os que mais conquistaram títulos.

Ao todo, são 126 fichas técnicas, tabela com cada um dos oito grupos, estatísticas e muito mais. Na carta ao leitor, um lembrete que “basta de hipocrisia” sobre as intermináveis notas de repúdio a cada ato racista feito em diferentes estádios pelo continente sul-americano.
É como se fosse “o Brasil contra todos” não apenas pelos títulos como também pela luta contra o racismo. Nas páginas seguintes, os números chamam a atenção e contam um pouco da história dos 237 clubes, 6.462, 11.056 gols na história do torneio que começou em 1960, em recordes coletados cuidadosamente pelo jornalista Rodolfo Rodrigues.

Confira abaixo a carta ao leitor
Basta de hipocrisia
É sério isso? Vocês não vão me perguntar sobre o ato de racismo que ocorreu comigo? Até quando vamos passar por isso?” A voz embargada e as lágrimas nos olhos do atacante Luighi, do Palmeiras, vítima do mais escancarado racismo em jogo contra o Cerro Porteño, do Paraguai, em Assunção, pela Libertadores sub-20, foi uma das cenas mais revoltantes dos últimos tempos. O episódio ocorreu em 6 de março e provocou, como de costume, uma enxurrada de notas de repúdio, sempre com palavras tão belas quanto inócuas. Dias depois, saiu a “punição” ao clube paraguaio: multa de 50 000 dólares e portões fechados na competição juvenil. A presidente alviverde Leila Pereira tocou na ferida. “Já que a Conmebol não consegue coibir esse tipo de crime, por que não pensar em nos filiarmos à Concacaf? Só assim vão respeitar o futebol brasileiro”, peitou, em entrevista à TNT Sports. Dias depois, a única mulher presidente entre os clubes da competição seguiu sua firme posição ao não comparecer ao sorteio dos grupos. Foi lá, na sede em Luque, que o grotesco ultrapassou todos os limites.
O presidente da Conmebol Alejandro Domínguez ironizou a ameaça de boicote ao dizer, sorrindo, que “[a Libertadores sem brasileiros] seria como Tarzan sem Chita. Impossível”. Cheetah, na versão original, era o chimpanzé-fêmea de Tarzan e Jane na icônica série de TV americana dos anos 1960. O dirigente pediu perdão e jurou que não houve má-fé na escolha da metáfora envolvendo um macaco: “É uma frase popular e jamais tive a intenção de menosprezar nem desqualificar ninguém”. Assim, com atitudes brandas e palavras vazias, a Conmebol segue seu show de hipocrisia, termo que remonta de hypokrités, nome dado aos atores da Grécia antiga que utilizavam máscaras para interpretar papéis no teatro.
O complemento de Carlos Gamarra, ídolo de Inter e Corinthians – que disse que os atletas do Palmeiras foram os culpados por provocar a torcida e fazem parte de uma geração “sensível demais” –, comprova o quanto o debate sobre racismo está atrasado na América Latina. É resultado de um processo que envolve colonialismo e escravidão, elementos fundantes da sociedade no continente, um cenário complexo que merecerá reportagem especial em nossa próxima edição. Outro ídolo paraguaio do Corinthians, Ángel Romero, tocou em um aspecto importante. “Os brasileiros também são muito racistas. Já recebi todos os tipos de insultos. […] se me chamam de índio, sinto orgulho de minha origem guarani. O Brasil precisa resolver seus problemas primeiro”, disse à rádio ABC. Não se trata de resolver primeiro ou depois. Todos os países deveriam caminhar concomitantemente no sentido da igualdade. Mas é fato que a hipocrisia que transborda nos vizinhos com campanhas, comunicados e punições para inglês ver também se destaca no nosso quintal. Basta ver a falta de aderência ao boicote proposto por Leila. Só coragem e punições severas nos tirarão desse buraco civilizatório.