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Neymar, Diniz, São Paulo: o que Dorival falou na chegada à seleção

Dorival Júnior foi apresentado como técnico da seleção brasileira, prometeu recuperar a equipe e fez pedido ao torcedor: 'acredite mais'

Dorival Júnior foi oficialmente apresentado como treinador da seleção brasileira nesta quinta-feira, 11, na sede da CBF, no Rio de Janeiro. Em entrevista coletiva de cerca de 30 minutos, o técnico falou sobre vários temas, como os legados de Tite e Fernando Diniz, os planos para a volta de Neymar e o planejamento que deixou no São Paulo para 2024. Ele também fez um pedido ao torcedor para que veja a equipe como a ‘seleção do povo brasileiro’ e prometeu recuperar o bom desempenho do time, que está apenas em sexto nas Eliminatórias para a Copa do Mundo de 2026.

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Confira as principais respostas de Dorival na coletiva:

Pedido ao torcedor

“Que o torcedor acredite um pouco mais na sua seleção. É nossa obrigação fazer nosso melhor. Mas peço de coração que o torcedor volte a participar do dia a dia da nossa seleção, que vivencie nossa seleção como sempre foi”.

Mudança de postura dos jogadores

“Geralmente, estoura no treinador, na comissão. E o atleta não tem ideia do que ele representa, do quanto ele pode, das qualidades que ele possui, do diferencial que ele pode ser a partir do momento em que esteja vestindo uma camisa como a nossa. Então nesse sentido que eu peço que cada um assuma um pouco mais as responsabilidades. Dividindo, você torna o fardo menos pesado. Vestindo essa camisa, você vai ajudar nessa recuperação. E não cabe apenas àqueles que compõem a seleção. É a seleção do povo, é nossa seleção. Temos que viver, sentir, ajudar um pouco mais”.

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Neymar está nos planos

“O Brasil tem que aprender a jogar sem o Neymar, entendendo que o momento dele é de uma lesão, mas também sabendo que temos um dos três melhores jogadores do mundo neste momento, e temos que aproveitar. O Neymar é um jogador muito importante, desde que esteja em condições e focado. Não tenho problema nenhum com o Ney, a proporção que aquele episódio tomou (em 2010) foi desnecessária. A diretoria do Santos na época tomou uma posição e eu respeitei. Mas com o atleta nunca tive nenhum problema quando nos encontramos”.

Sem sistema de jogo pré-definido

“Em todas as equipes que treinei, eu me adaptei à equipe. Eu nunca cheguei com um sistema pré-estabelecido, não faço isso. Eu vejo as características do elenco que tenho e procuro me adaptar o mais rápido possível. Números para mim são relativos, 4-4-2, 3-5-2, isso para mim é balela. O que importa é defender com o maior número de jogadores possível e atacar da mesma forma. Dentro de uma seleção naturalmente é um pouquinho diferente. É o que vamos buscar a partir de agora”.

Diferença entre clube e seleção

“O futebol não muda, os comportamentos precisam ser repetidos, é natural. É muito diferente de um clube, onde você joga hoje, amanhã reapresenta e corrige os erros. Numa seleção você praticamente se apresenta para jogar, vai ter dois dias de jogos e talvez cinco ou seis de treinamento. Todos encontram um caminho, nós temos que encontrar também. Precisamos acelerar esse processo”.

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Convocar jogadores do Brasileirão

“Às vezes temos uma referência de um campeonato lá fora que possa ser muito melhor do que o Brasileiro. Mas temos que repensar tudo isso, porque nosso campeonato é tão difícil quanto qualquer outro lá fora. Vou tentar fazer o máximo para ter aqui os melhores, quer estejam na Inglaterra, na Itália, em Portugal ou aqui no nosso país. Eles têm que ter valor e saber que disputam um dos campeonatos mais difíceis e complicados do mundo. Para mim, a Copa do Brasil é muito mais disputada que a Libertadores”.

Sobre ter deixado o São Paulo

“Eu tinha meu contrato com o São Paulo, estava preparando a equipe para competições. Mas todos os jogadores que foram contratados foram com a aceitação da diretoria, então não foi uma montagem do Dorival especificamente. Montamos o São Paulo em uma condição em que qualquer treinador que ali esteja possa fazer o que bem entender. São jogadores versáteis”.

Legado de Diniz

“A recuperação não se dá da noite para o dia. O importante é que voltemos a encontrar uma estrutura que facilite essa recuperação. Foram resultados complicados, o momento foi um pouquinho complicado, imagino o esforço que o Fernando tenha feito para tentar encontrar soluções, e às vezes, com toda a entrega que a gente tem, a gente acaba não encontrando. Nosso desafio é agora e pode ter certeza de que vamos encontrar o caminho. Pode demorar um pouco, talvez mais, mas ali na frente vamos encontrar um equilíbrio”.

Trabalho de Tite

“Acho que o Tite fez um dos trabalhos mais bonitos em uma seleção. Infelizmente não resultou em título nas duas Copas, mas foi um trabalho de altíssimo nível”.

Emoção de assumir a seleção

“É uma satisfação, estou sinceramente emocionado. Depois que tudo que vivi na minha vida, de tudo que passei, principalmente nesses últimos seis, sete anos. Consegui vencer dois momentos de muita dificuldade dentro da minha casa. Minha esposa com câncer muito agressivo, logo em seguida também fui diagnosticado, e isso serviu para que eu me fortalecesse ainda mais e pudesse repensar alguns pontos da minha carreira. São praticamente 54 anos em que o futebol vive dentro da minha casa”

Caos na presidência da CBF

“Quanto à instabilidade (na CBF), é uma área em que eu não entro, me desculpem. Tenho a confiança do presidente de que eu esteja daqui para frente para preparar a equipe, ganhar jogos, buscar os melhores resultados possíveis e voltarmos a uma posição dentro de uma Copa do Mundo que vai ser muito disputada, em que teremos que estar muito bem preparados para voltarmos a ter uma grande conquista”.

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