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Dorival demitido: CBF confirma a saída do treinador

Treinador não resistiu à derrota para a Argentina e agora a confederação busca substituto - Jorge Jesus é o plano A

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou nesta sexta-feira, 28, a demissão do técnico Dorival Júnior, que não resistiu à goleada da seleção brasileira por 4 a 1 sofrida para a Argentina em Buenos Aires, em partida pela 14ª rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. Além do treinador de 62 anos, os auxiliares Lucas Silvestre, filho de Dorival, e Pedro Sotero, e o preparador físico Celso Resende também foram desligados pela entidade.

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“Nos reunimos com o Dorival Júnior e também com o Rodrigo Caetano e, nesse momento, a CBF anuncia que encerrou o ciclo de Dorival Júnior. Agradecemos muito o trabalho que ele desempenhou à frente da seleção brasileira e desejamos a ele todo o sucesso e novos desafios em sua carreira”, iniciou dizendo o presidente Ednaldo Rodrigues.

“A partir de agora é que vamos trabalhar na busca por um substituto. Aquilo tudo que era colocado, que tinha contato com A, B ou C, isso em momento em algum passou pelo presidente ou por alguém a quem o presidente tenha determinado. Por isso, a partir de agora sim, vamos buscar um substituto para dar continuidade a um trabalho na seleção brasileira”, completou.

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Até o momento, o diretor de seleções, Rodrigo Caetano, o auxiliar Juan e o gerente de seleções, Cícero Souza, permanecem em suas funções. Também havia a possibilidade que os profissionais deixassem seus cargos.

“A permanência de alguns funcionários na CBF, no entendimento do presidente [Ednaldo] é que tenhamos um backup do que desenvolvemos até agora. Por isso, foi optada pela nossa permanência, junto com o Cícero e o Juan, para a CBF ter a sua base”, afirmou Caetano, em entrevista ao SporTV. “O presidente foi muito claro em relação a ideia de estabelecer um novo modelo: um coordenador desvinculado do treinador. Não me desvinculo nas responsabilidades, mas ele deixou claro a inteção de continuarmos. É um dia muito triste para nós, ninguém gosta dessa situação. Deixo claro que em momento algum ele manifestou algum contato com algum treinador. Não deu nem tempo de falarmos sobre e ele (Ednaldo) bateu muito forte que não fez qualquer tipo de contato pelo respeito com os profssionais que estavam”, acrescentou.

Os números de Dorival na seleção brasileira

16 jogos
7 vitórias
7 empates
2 derrotas
58,3% de aproveitamento
25 gols marcados
17 gols sofridos

A CBF trabalha, principalmente, com a possibilidade de contratar pela primeira vez na história um técnico estrangeiro. O alvo preferido é o italiano Carlo Ancelotti, do Real Madrid.

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Segundo apuração de PLACAR, o presidente Ednaldo Rodrigues pode acionar pentacampeões mundiais como Ronaldo Fenômeno, Cafú, Roberto Carlos e Kaká para tentar convencer Carlo Ancelotti a deixar o clube espanhol. Pesa contra a investida uma nova longa espera pelo treinador, que caso aceitasse só assumiria o cargo após a disputa do novo Mundial de Clubes, entre junho e julho.

Quem são os técnicos com mais títulos na história do Real Madrid?
Ancelotti ao lado de Vinicius Júnior no Real Madrid; boa relação com brasileiros pode ajudar – Juanjo Martín/EFE

Ednaldo até admitiria um técnico tampão para jogar as partidas da 15 e 16ª rodada das Eliminatórias da Copa, da qual o Brasil atualmente ocupa a quarta colocação, com 21 pontos, dez a menos que a líder Argentina. A experiência ruim com Ramon Menezes e também nada agradável com Diniz podem fazer o cartola mudar de ideia.

De acordo com a ESPN, outro nome que ganhou força é o do português Jorge Jesus. Atualmente no Al-Hilal, o treinador já manifestou a pessoas próximas o interesse em dirigir o Brasil.

Na quinta-feira, 27, inclusive, chegou a pedir para o jornalista Venê Casagrande, do SBT, para transmitir mensagem de que ele não “tem nenhum problema com Neymar”, astro que deixou o time saudita com notícias sugerindo atrito entre as partes.

Jorge Jesus retornou ao comando do Al-Hilal em 2023 - Abdullah Mahdi/AFP
Jorge Jesus ainda tem contrato com o Hilal, onde chegou em 2023 – Abdullah Mahdi/AFP

De solução a indesejado

Apresentado oficialmente pela CBF em 11 janeiro de 2024, Dorival Júnior assumiu a seleção alicerçado por títulos e dois bons trabalhos consecutivos por Flamengo e São Paulo, onde conquistou duas vezes a Copa do Brasil e uma Libertadores da América. Com contrato até a Copa de 2026, teve estreia elogiada pelo desempenho na vitória por 1 a 0 diante da Inglaterra e o empate por 3 a 3 contra a Espanha, ambos na Europa.

“A partir de agora não é a seleção do Dorival, é a seleção do povo brasileiro”, disse logo em sua primeira fala, prometendo reestabelecer a relação de proximidade entre torcedores e a amarelinha.

As más atuações e a eliminação precoce nas quartas de final da Copa América, período em que teve considerável tempo para preparação da equipe, minaram o treinador. Na queda para o Uruguai, tornou-se viral a imagem do treinador fora da roda dos jogadores antes da disputa por pênaltis. Ele atenuou:

Dorival dirigirá a seleção pela sétima vez desde que assumiu o cargo - Buda Mendes/Getty Images via AFP
Dorival durante a Copa América; torneio mudou o cenário de otimismo com o treinador – Buda Mendes/Getty Images via AFP

“Eu fiquei fora porque eu vinha falando com cada um deles aquilo que vinha na minha cabeça. Definidas as cinco posições iniciais, eu vinha falando a respeito daquilo que nós havíamos treinado. Aliás, treinamento que aconteceu desde o primeiro dia em Orlando. Nós vínhamos trabalhando penalidades porque sabíamos que provavelmente teríamos essa possibilidade nas definições de partidas”, explicou na ocaisão.

Na campanha, o time venceu apenas um jogo, diante do Paraguai por 4 a 1, e empatou outros três: com a Costa Rica, a Colômbia e os uruguaios. No retorno às Eliminatórias, venceu a primeira, diante do Equador, mas depois voltou a tropeçar, desta vez contra os paraguaios. A pressão diminuiu com duas vitórias em sequência nos duelos com Chile e Peru, mas ganhou contornos difíceis após dois empates consecutivos com Venezuela e Uruguai.

Na última Data Fifa, avitória apertada contra a Colômbia, já nos acréscimos, ligou novamente o sinal de alerta para a partida contra a Argentina. Dominado pelo rival, o treinador sofreu a maior derrota do país na história das Eliminatórias. Ele assumiu culpa pela derrota, mas disse que não desistiria.

“Responsabilidade é total sempre, nunca vou deixar de estar à frente de qualquer condição, estando no comando de uma equipe ou de uma seleção. É natural que ninguém esperava o que nós vimos hoje, e a responsabilidade é toda minha”, disse, para em seguida se desculpar com o torcedor.

“Tudo aquilo que nós planejamos, infelizmente, desde o primeiro minuto de jogo, não aconteceu. A seleção argentina foi superior em todos os sentidos. Peço até desculpas ao torcedor brasileiro, porque a expectativa era muito diferente daquilo que nós vimos, daquilo que nós apresentamos. Foi uma noite muito complicada para todos nós.”

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