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Clubes em apuros: Fifa deve proibir jogador de empresário

Medida que pode ser anunciada na sexta afetaria dezenas de contratos no país

Publicado por: Da Redação em 25/09/2014 às 18:15 - Atualizado em 06/10/2021 às 12:20
Clubes em apuros: Fifa deve proibir jogador de empresário
Paulo Henrique Ganso do São Paulo na partida contra o Cruzeiro

Mais de 1.100 jogadores na Europa têm seus direitos federativos controlados por grupos financeiros, e não por clubes

O futebol brasileiro pode viver nesta sexta-feira um terremoto financeiro com efeitos diretos sobre dezenas de clubes. A pedido da Uefa, a Fifa deve banir do esporte a possibilidade de que fundos, investidores e empresas tenham participação nos direitos econômicos de jogadores. Nesta quinta, cartolas europeus do Comitê Executivo da Fifa já indicavam que tinham apoio suficiente para passar a resolução em uma votação formal sobre o assunto, que já está sendo debatido há sete anos. A CBF tentou convencer os demais dirigentes a optar por uma regulamentação, e não a erradicação do sistema. Mas apenas conseguiu o apoio dos votos sul-americanos. A decisão formal só sai nesta sexta. Mas dirigentes sul-americanos já lamentavam a situação e previam o pior. Dezenas de contratos de jogadores brasileiros poderão ser afetados e, principalmente, a capacidade de clubes de manter jogadores.

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Neymar, por exemplo, só ficou no Santos por tanto tempo graças aos investidores. Paulo Henrique Ganso, no São Paulo, também vive essa situação. Para a CBF, se a ideia europeia vingar, o que pode estar em jogo é a sobrevivência financeira de clubes inteiros no Brasil. Elencos como os do Corinthians, Internacional e Botafogo estariam entre os mais afetados. Para Pedro Fida, especialista em direito desportivo e sócio da Bichara e Motta Advogados, 80% dos elencos no Brasil atualmente contam com algum tipo de participação de investidores, o que na prática torna possível que muitos jogadores de bom nível – e, portanto, com mercado no exterior – fiquem nos clubes. “Banir essa possibilidade pode prejudicar muito o futebol brasileiro”, disse Fifa. “Esse é um instrumento de financiamento dos clubes no Brasil. Times da Série A poderiam sofrer muito se a proposta da Europa vingar.”

Conflitos – Já a Uefa, que comanda o futebol na Europa, alerta para o risco que esse sistema representa ao futebol, que incluiria o controle de clubes por investidores em busca de lucros e a perda de poder do jogador em transações. “Há muito dinheiro envolvido e precisamos lutar contra isso”, declarou Michel Platini, presidente da Uefa e principal defensor da ideia de banir o envolvimento de investidores. Para o advogado Pedro Fida, a Europa pode propor o fim do sistema justamente porque já conta com a “indústria de futebol mais desenvolvida do mundo” e com outras fontes de renda. O debate começou em 2007, quando o empresário Kia Joorabachian criou uma polêmica internacional nas transferências de Carlos Tevez e Javier Mascherano do Corinthians ao West Ham. Desde então, o clube inglês soma multas de 27 milhões de euros por causa do episódio – e o caso levou a Uefa a estabelecer como um de seus objetivos a erradicação de empresas que controlem jogadores.

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O debate também chegou à Fifa, que encomendou um levantamento para tentar entender a dimensão do fenômeno. Números da KPMG revelaram que atualmente mais de 1.100 jogadores na Europa têm seus direitos federativos controlados por grupos financeiros, e não por clubes. Outra constatação é a concentração do poder do futebol nas mãos de poucos agentes. Juntos, esses investidores poderiam formar cerca de 50 times completos de futebol, com titulares e reservas. No total, há um investimento de mais de 1,2 bilhão de dólares nesses jogadores. Muitos deles são de propriedade de fundos que aplicam em jogadores da mesma forma que poderiam ir à bolsa aplicar em outros setores. Parte da iniciativa vem dos próprios clubes – diante da recessão na Europa, saíram ao mercado oferecendo parcelas de seus jogadores a investidores para ajudar a pagar os altos salários dos craques e também como forma de atrair capital.

No estudo feito a pedido da Fifa, clubes estão em “um ciclo vicioso de dívida e dependência”. Isso abre as portas para a chegada de investidores que, com o controle de jogadores, promovem uma troca com o clube: paga o salário do jogador, mas mantém o controle financeiro sobre ele. Para o estudo, o que está em risco é a independência dos clubes. “A proliferação desse esquema pode estar associado a um controle parcial dos clubes por quem procura lucros de curto prazo e especulação na compra e venda de direitos econômicos, independente das preocupações esportivas”, diz o texto. Alerta-se também para o risco do conflito de interesse. No levantamento, 269 agentes europeus confessam que têm parte dos direitos de 15% dos jogadores que eles mesmos representam. O risco é de que haja, dentro do clube, pressão para se escalar um determinado jogador para atender a um acordo comercial.

(Com Estadão Conteúdo)

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