‘Uma torcida de verdade apoia a todo momento’, reclama técnico do São Paulo
Colombiano Juan Carlos Osorio criticou o comportamento dos torcedores e o ambiente político conturbado do clube após tropeço contra a Chapecoense no Morumbi
A habitual calma do técnico do São Paulo, Juan Carlos Osorio, passou longe do Morumbi na noite desta quarta-feira. Depois do decepcionante empate por 0 a 0 com a Chapecoense, o treinador colombiano criticou o ambiente conturbado do clube e o comportamento da torcida tricolor. Ele reclamou do público de apenas 16.000 pessoas no estádio e da falta de apoio das arquibancadas, mesmo com a equipe estando no G4 do Campeonato Brasileiro. Em um discurso pouco comum, Osorio ainda reprovou a atitude dos dirigentes e disse que a crise política vem atrapalhando o desempenho dos atletas.
“No jogo do Flamengo tinha 67.000 pessoas. Já aqui…”, começou Osorio, apontando o dedo para cima, fazendo referência às arquibancadas do estádio. “Vou falar em espanhol para deixar bem claro o que quero dizer. Eu vejo muitos jogos pelo mundo e, na Alemanha, na Inglaterra, existem torcidas que apoiam a todo momento, independentemente do resultado. Na América do Sul, é o contrário. O time que tem que contagiar os seus torcedores”. Em seguida, Osorio direcionou sua crítica exclusivamente à torcida do São Paulo. “Estou falando daqui, aqui é pior. Eu vi alguns jogos no Brasil em que a torcida apoia o seu time e, em caso de resultado ruim, reclama apenas no final. Para mim, uma torcida de verdade apoia a todo momento”.
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Sem citar nomes, Osorio deixou clara a sua insatisfação com a repercussão interna da demissão do CEO, Alexandre Bourgeois, que alegou ter sido ameaçado de agressão por um assessor de imprensa do presidente, Carlos Miguel Aidar. Ele também reclamou da troca de farpas entre Aidar e o empresário Abílio Diniz, responsável pela contratação de Bourgeois e muito ativo nas discussões políticas do clube.
“Um critica o outro, que responde, aí outro manda uma carta para responder…por favor! Isso não pode existir em um clube, são muitas coisas ao redor que acabam prejudicando. Os jogadores são seres humanos e estão cientes do que acontece”. Osorio ainda considerou que o fato de não ter sido convocado para a seleção brasileira pode ter influenciado na atuação ruim de Alexandre Pato. “Acho que ele deve ter ficado triste, abalado e chateado. Normal.”
Em meio a toda confusão, o presidente Aidar retornou nesta quinta do Panamá, onde acompanhou o lançamento de um avião em homenagem ao time, criado por um dos patrocinadores do São Paulo. Logo que chegou, o dirigente chamou os críticos de sua gestão de “frustrados” e dispensou qualquer ajuda na administração. Quarto colocado, o São Paulo enfrenta o Avaí, em Florianópolis, no domingo, às 16h (de Brasília).
(Com Gazeta Press)