Sociedade anônima de captação de recursos estará aberta para investimento do público: 'dinheiro suficiente para tirar clube dessa situação'
Se o resultado dentro de campo importa, a saúde financeira do clube também. Um grupo de torcedores planeja lançar ainda este ano um projeto para ‘salvar o Corinthians das dívidas’, que atualmente giram em torno de 2,5 bilhões de reais.
A proposta, que por enquanto circula só internamente nos corredores do Parque São Jorge, é montar uma sociedade anônima para captar investimentos de empresários e torcedores comuns. Com esse dinheiro em mãos, a ideia é ter a própria torcida como sócia. O clube ainda teria a maior parte das ações, mas sem o controle da gestão por exemplo.
Carlos Teixeira é um dos responsáveis pela iniciativa que tem o nome provisório de Safiel até ser rebatizada e contar com cotas de ações com homenagens a momentos históricos do Timão. Corintiano de carteirinha, o empresário explica que a ideia nasceu de um interesse comum de pessoas que querem ajudar o clube do coração.
“A questão prática é de ordem financeira. O Corinthians precisa de um aporte de capital de fora. As pessoas que se sentam ali na cadeira de presidente sabem que o clube está muito próximo de não conseguir operar. Outro ponto muito importante, é a governança. O futebol se modernizou muito e os clubes brasileiros que estão se profissionalizando estão se saindo muito melhor”, disse Teixeira.
O grupo viu na vontade do corintiano de ajudar o clube um ponto interessante para elaborar melhor o projeto. Os mais 40 milhões de reais de doações para a quitação da dívida da Neo Química Arena foi um modelo observado ainda que guarde as suas diferenças. Na Sociedade Anônima, o torcedor será sócio de uma parte minoritária do clube.
O caminho político, mais natural para uma profissionalização radical da gestão administrativa e técnica, custaria e levaria muito tempo. O comprometimento, a independência política, a busca por soluções e, sobretudo, a preservação da identidade corintiana sem ser entregue a uma SAF de único dono, são as bandeiras do grupo.
“Os valores serão suficientes para tirar o Corinthians dessa situação, mas é mais do que isso”, afirmou Teixeira. “Estamos buscando a profissionalização sem descaracterizar a história do clube, o sentimento do torcedor, agora sendo dono de um papel passado do Corinthians.”
No início da última semana, o então presidente Augusto Melo foi afastado do cargo em votação do Conselho Deliberativo do Corinthians. Ele foi indiciado pela Polícia Civil de São Paulo no caso que envolve a antiga patrocinadora VaideBet.
Segundo a polícia, a empresa que intermediou o contato com a patrocinadora, e recebeu comissão para isso, é um dos braços da organização criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Em junho do ano passado, seis meses depois da eleição para presidente do Timão, a casa de apostas decidiu romper unilateralmente o acordo com o clube. Os valores estavam fixados em 370 milhões de reais até o fim de 2026.
Osmar Stabile assumiu a presidência interina do Corinthians e tem a missão de marcar a votação para o eventual impeachment de Augusto Melo.
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