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Teixeira: ‘Tudo que me acusam no exterior não é crime no Brasil’

Ex-presidente da CBF negou ter recebido propina do Catar e disse que não planeja deixar o país. “Tem lugar mais seguro que o Brasil?”

O ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira considerou “inconclusivo” o “Relatório Garcia” divulgado pela Fifa que o aponta como um dos receptores de propina para a escolha do Catar como sede da Copa do Mundo de 2022. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo nesta quarta-feira, o dirigente brasileiro, que voltou a viver no Rio, descartou deixar o Brasil e firmar acordo de delação premiada nos Estados Unidos.

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Teixeira negou que tenha ligado para o ex-presidente do Barcelona e ex-diretor da Nike Sandro Rosell para pedir conselhos sobre um local “seguro” para morar. “Tem lugar mais seguro que o Brasil? Qual é o lugar? Vou fugir de quê, se aqui não sou acusado de nada? Você sabe que tudo que me acusam no exterior não é crime no Brasil. Não estou dizendo se fiz ou não”, afirmou Teixeira.

O “Relatório Garcia” da Fifa aponta que Teixeira e o ex-presidente da AFA, Julio Grondona, teriam usado um amistoso das seleções brasileira e argentina, em 2010, no Catar, para encobrir a compra de votos por parte dos asiáticos. O ex-presidente da CBF disse que não leu o documento da Fifa, mas o considerou “inconclusivo”.

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“O preço do jogo que fizemos no Qatar com a Argentina foi literalmente o mesmo do contrato dos outros jogos”, disse. Ele alega ter recebido 8,5 milhões de dólares antecipados, em 2006, da empresa dona dos direitos da seleção, porque a CBF estaria em dificuldades financeiras na ocasião. “Sempre estamos ruim de grana”, disse Teixeira, que garantiu ter toda a documentação para provar o que diz.

Teixeira seguiu negando que o Catar tenha comprado votos para a Copa de 2022. Segundo ele, havia um acordo entre as federações sul-americanas de votar na candidatura de Espanha e Portugal, em 2018 (a Rússia seria a vencedora) e apoiar o Catar na eleição seguinte. “No acordo, o Catar daria os votos dos eleitores deles para a Espanha, que acabou ficando em segundo. Em troca, daríamos os nossos para o Catar. Não teve dinheiro e nem confusão com a CBF.”

Ricardo Teixeira também negou que tenha recebido propina de uma empresa de Sandro Rosell em Nova Jersey, como aponta uma investigação na Espanha, e disse não ter mais saúde para trabalhar no esporte. “Estou cansado de futebol. Tenho que cuidar da minha saúde. Sou um cara pela metade. Não tenho rim, pedi emprestando ao meu irmão. Não posso brincar. Já tenho 70 anos de idade.”

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Presidente da CBF entre 1989 e 2012, Teixeira diz que nunca mais voltou à sede da entidade, mas que segue conversando com Marco Polo Del Nero com alguma frequência. Ele, porém, se negou a avaliar o trabalho do atual presidente e desligou o telefone.

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