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Ronaldo: ‘Ninguém me defendia quando me chamavam de gordo’

Em entrevista a jornal britânico, ex-atacante falou sobre política, dramas na carreira, filhos e problemas com a balança

O ex-jogador Ronaldo concedeu uma entrevista extrovertida ao jornal britânico Financial Times. Falou sobre a nova vida de empresário e dono do clube espanhol Valladolid, episódios marcantes como a convulsão antes da final da Copa de 1998 e de questões pessoais, como a dificuldade de se manter em forma e a possibilidade de ter mais filhos. Na conversa durante um almoço, em um famoso restaurante de Madri, o ex-atacante brincou sobre as críticas que sofria por seu sobrepeso.

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“Vejo muitos ativistas para muitas coisas. Se você é negro, se é gay… Mas não me lembro de ninguém me defendendo quando me chamavam de gordo”, disse. “Não me importo”, completou Ronaldo, com bom humor, segundo o Financial Times, que listou o menu servido ao ex-atleta, ao jornalista e a um tradutor: jamón ibérico, espetos de anchovas, azeitonas verdes, salada de tomate, morcilla, camarão grelhado no alho, polvo grelhado com batatas, filé de bife e legumes.

Ronaldo negou que o gosto por festas tenha atrapalhado sua carreira. “Minha prioridade sempre foi o futebol. Não me arrependo do que fiz. Os jogadores de futebol são jovens. Eles querem sair, namorar. Coisas normais para os jovens, especialmente quando você tem dinheiro.”

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O ex-camisa 9 disse que “teorias da conspiração” sobre sua convulsão em 1998 são “todas besteiras” e reforçou que estava em condições de jogar contra a França, que venceu a decisão por 3 a 0. “Não foi meu melhor jogo, mas lutei e corri. Tem dias que o jogador não se sente bem, em outros é o contrário. É difícil explicar”.

Ronaldo relembrou que teve de ser interrogado em uma CPI da Nike/CBF, para negar as teorias conspiratórias –  “Me perguntaram até sobre quem deveria estar marcando o Zidane… P…, foi inacreditável” – e disse que, antes da final da Copa de 2002, na qual marcou dois gols e faturou o pentacampeonato, não quis dormir. “Tinha medo que algo acontecesse de novo e pedi que Dida ficasse acordado comigo.”

Política e filhos

No papo durante o almoço, Ronaldo foi evasivo quando questionado sobre suas participações na política – em 2014, apoiou a candidatura derrotada de Aécio Neves – e sobre a atual situação do país. “Finalmente as pessoas acordaram. As pessoas sentem que há alguém olhando por elas”, disse, com a ajuda do intérprete. O jornalista, então, perguntou se isso representava apoio ao presidente Jair Bolsonaro, tratado pelo jornal como um “controverso político da direita”. “Falo de maneira geral, sem citar nomes”, despistou Ronaldo.

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“Prometi a mim mesmo que não me envolveria mais em política e nem apoiaria ninguém. Só espero que o Brasil possa melhorar como país e acabar com a corrupção e com a fome”, completou.

O ex-jogador da seleção brasileira mostrou fotos de seus quatro filhos e disse que, mesmo tendo feito vasectomia, cogita aumentar a família, com sua atual namorada, Celina Locks. “Congelei esperma suficiente para ter uma equipe de futebol se a minha mulher quiser”, revelou.

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