Ronaldo assume culpa pela perda da Copa de 1998
Ronaldo revelou detalhes sobre sua convulsão antes da final da Copa de 1998 em entrevista com Romário.

O impacto da final da Copa do Mundo de 1998 ainda ecoa no mundo do futebol, principalmente devido aos eventos enigmáticos envolvendo Ronaldo Fenômeno antes da partida decisiva contra a França. Em um episódio recente do programa “De cara com o cara“, no canal “Romário TV” no YouTube, Ronaldo compartilhou detalhes desses momentos críticos que antecederam a final.
O encontro contou com o diálogo entre Ronaldo e Romário, onde o pentacampeão revelou as circunstâncias de sua convulsão, um episódio que o deixou fora de si por alguns instantes antes da partida. A situação ocorreu logo após o almoço do dia do jogo, seguido de um banho e um cochilo. Esse momento se transformou em um mistério na história do futebol.
“Nós almoçamos meio dia. Depois fui para o quarto, o roberto Carlos também. Fui para o banheiro, raspei a cabeça, tomei um banho e deitei. Depois disso, não lembro mais. Eu retomo a consciência uns três minutos depois. Me falaram que eu havia tido uma convulsão de 30, 40 segundos. Uma convulsão que, a gente fazendo exames no dia e no Rio de Janeiro, nunca encontramos a causa. É como se nada tivesse acontecido comigo. Talvez tenha sido o estresse normal de uma final de Copa do Mundo para um jovem de 22 anos”
O Joaquim da Mata e o Lídio Toledo que eram os médicos, já me condenaram de não poder jogar. Eu disse que tinha que ter alguma maneira de eu jogar. Fizemos os exames, no dia do jogo, em um hospital em Paris. Tudo perfeito, como se nada tivesse acontecido. Nenhum problema. Eu, todo dolorido, sentindo uma dor muscular, que ia passando, não estava preocupado com risco, eu queria jogar e ganhar. Cheguei no vestiário e falei pro Zagallo que ia jogar. Os exames estavam todos perfeitos. O Zagallo comprou minha briga. E jogamos muito mal. A gente toma dois gols de escanteio. Zidane fazendo gol de cabeça que nunca tinha feito antes. Não tivemos chance nenhuma durante o jogo de agredir o time francês. Acredito em destino e aquilo era o que realmente tinha que ter acontecido

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O pré-jogo e a convulsão
A convulsão de Ronaldo gerou uma série de exames médicos, tanto em Paris quanto no Rio de Janeiro, na tentativa de identificar a causa do ocorrido. Estranhamente, os resultados não apontaram nenhuma anormalidade, como se o episódio não tivesse deixado nenhum vestígio físico. Apesar do susto, Ronaldo relatou sua determinação em participar do jogo, mesmo contra as recomendações iniciais dos médicos da Seleção Brasileira.
O técnico Zagallo já havia definido Edmundo como titular em resposta ao ocorrido, mas Ronaldo insistiu em sua participação, apresentando-se ao vestiário pronto para jogar. Esta decisão, posteriormente endossada por Zagallo, refletiu a garra e o desejo do Fenômeno de integrar o time brasileiro em um dos jogos mais importantes de sua carreira.
Quais foram as consequências da escolha de Ronaldo em jogar?
A decisão de Ronaldo de atuar mesmo após o evento médico não trouxe os resultados esperados em campo. A performance do Brasil foi apagada aquela noite, com a seleção francesa dominando a partida. O placar de 3 a 0, com dois gols de Zidane de cabeça e um de Petit, selou a vitória dos anfitriões, uma lembrança amarga para a equipe brasileira e seus torcedores.
Ronaldo, ao refletir sobre o jogo, manifestou crenças de que os acontecimentos daquele dia se inscrevem no destino. O Brasil não conseguiu reagir e nem oferecer a resistência necessária para mudar o rumo daquela partida.
O legado e as lições da derrota
A derrota na final de 1998, embora dolorosa, serviu de aprendizado para Ronaldo e para o futebol brasileiro. A experiência moldou a carreira do Fenômeno, que superou essa adversidade e continuou a brilhar no cenário internacional. A história da convulsão continua a ser debatida como um dos eventos mais misteriosos e discutidos na história das Copas do Mundo.
Esse episódio sublinha a imprevisibilidade do esporte e a importância da saúde física e mental dos atletas, acima mesmo do desejo competitivo. A trajetória de Ronaldo após 1998 reafirma seu legado como um dos maiores jogadores da história, ilustrando sua capacidade de ressurgir e alcançar vitórias significativas em sua carreira.