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Presidente do COI diz que cidade ‘precisa se transformar’

Thomas Bach fez alerta sobre problemas nos transportes, em dia de caos no transporte ferroviário, e reconheceu atrasos

O descarrilamento de uma composição da Supervia no Rio de Janeiro, na manhã desta quarta-feira, ocorreu em um momento-chave para a cidade: a primeira visita de Thomas Bach como presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) desde que foi eleito em setembro do ano passado. Enquanto milhares de passageiros tentavam chegar ao trabalho num dia de caos para os transportes públicos – numa corrida de obstáculos que incluiu caminhar pela linha férrea e embarcar em ônibus superlotados a caminho do Centro -, Bach visitava instalações olímpicas para averiguar o estágio de preparação da cidade para os Jogos de 2016. O presidente do COI fez um alerta, embora a diplomacia que rege as relações entre autoridades locais e os integrantes dos comitês tenha reduzido o tom da cobrança: “O transporte sempre é uma das principais preocupações da Olimpíada. O problema de hoje mostra que o Rio precisa de uma transformação e que os Jogos Olímpicos podem ajudar nisso”, disse, em entrevista à Rede Globo.

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Bach sobrevoou áreas da cidade, visitou o Maracanã e conheceu a sede do Comitê Organizador da Rio 2016, no Estácio. Ele reconheceu o atraso nas obras do parque olímpico de Deodoro, onde serão disputadas 11 modalidades, mas disse acreditar que a estrutura será entregue a tempo. “Se você olha Deodoro, vê que é necessário um grande esforço para concluir a tempo. A boa noticia é que todo mundo sabe disso: o comitê organizador e vários níveis de governo”, avaliou.

O presidente do COI não comentou se serão necessários aportes do poder público ao Comitê Organizador da Rio 2016, o que deve ser sinalizado em evento nesta quinta-feira pela organização local. A última estimativa de despesa para o evento foi feita em 2008 e previa um gasto de 5,6 bilhões de reais apenas com comitê local e equipamentos esportivos, no chamado orçamento olímpico, com a previsão de um aporte de 1,4 bilhão de reais pelo poder público, dividido pelo governo federal, estadual e municipal. Do setor público, o orçamento para infraestrutura estava previsto em 23,2 bilhões de reais em 2008, mas já se sabe que os gastos superaram essa estimativa inicial. Bach prometeu apenas um “orçamento razoável” para o evento, mesmo que os custos superem as estimativas iniciais. “Orçamentos operacionais são geralmente dentro de um enquadramento razoável. Todos os jogos recentes entregaram lucro”, disse Bach.

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Modalidades – Bach assumiu a presidência do COI no ano passado sob a expectativa de que poderia fazer mudanças nas disciplinas olímpicas, competições derivadas de modalidades que já estão no programa olímpico, como a classe Star da vela, que, especulou-se, poderia voltar aos Jogos em 2016. A inclusão de disciplinas é considerada mais simples do que a entrada de uma nova modalidade. Mas ele sinalizou que a inclusão de novas disciplinas é uma possibilidade distante. “O programa está fixado. Os prazos já foram ultrapassados. Mas ao mesmo tempo, discussões foram iniciadas pela agenda olímpica 2020, e temos algumas iniciativas de pensar sobre mais flexibilidade em relação ao programa. Temos que ver como a discussão evolui, mas o programa foi organizado há algum tempo. A dois anos e meio da Olimpíada, é muito apertado e seria um desafio”, declarou. Os jogos de 2016 já terão novas modalidades no programa, como golfe e rugby.

Sochi – Mesmo após ameaças de ataques durantes as Olimpíadas de Inverno de Sochi, na Rússia, Bach descartou a possibilidade de adiar ou cancelar o evento, que começa em 6 de fevereiro – ele deixa o Brasil nesta quarta-feira após dois dias de visita para acompanhar os preparativos para as Olimpíadas do Rio de 2016. “A resposta para essa pergunta (cancelamento ou adiamento) é simples: não há risco. Segurança é sempre motivo de preocupação. Não só na Olimpíada, mas em qualquer evento. Esse é infelizmente o mundo que vivemos. Estamos confiantes e as autoridades russas estão fazendo tudo para organizar os jogos de maneira segura”, disse ele a jornalistas na sede do comitê organizador da Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro.

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Comitês olímpicos de pelo menos cinco países europeus receberam nesta quarta-feira cartas em russo fazendo uma “ameaça terrorista” antes dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi, mas autoridades esportivas disseram que as mensagens não representavam perigo.

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Apesar das garantias, as cartas para os comitês da Itália, Hungria, Alemanha, Eslovênia e Eslováquia e indicaram o nervosismo em relação à segurança do evento de 50 bilhões de dólares. A segurança tornou-se uma das principais preocupações em torno da Olimpíada de Inverno, especialmente depois que atentados suicidas mataram pelo menos 34 pessoas no sul da Rússia no mês passado e que militantes islâmicos ameaçaram atacar os Jogos de Inverno.

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