Para Cafu, falta comprometimento às novas gerações de futebolistas
Em entrevista a VEJA, o capitão do penta identificou a razão, segundo o próprio, para não termos revelado nenhum grande craque desde a aparição de Neymar
![Para Cafu, falta comprometimento às novas gerações de futebolistas](https://placar.com.br/wp-content/uploads/2021/09/esporte-cafu-taca-20020630-002.jpg)
![Cafu, capitão do Brasil, ergue a taça da Fifa, após vitória no jogo contra a Alemanha na final da Copa do Mundo de 2002, no Estádio de Yokohama](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/02/esporte-cafu-taca-20020630-001.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
![Pelé abraça Cafu antes de entregar a taça na conquista do penta, em 2002; ao lado deles, o alemão Franz Beckenbauer](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/06/cafu-pele-beckenbauer-original.jpeg?quality=70&strip=info&w=928)
![Cafu na partida em que o São Paulo bateu o Milan e conquistou o Mundial de Clubes de 1993](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/11/gettyimages-649966424-scaled-2560.jpg?quality=70&strip=info&w=919)
![Cafu ergue a taça de campeão da Liga dos Campeões de 2007 pelo Milan](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/11/gettyimages-74250244-scaled-2560.jpg?quality=70&strip=info&w=913)
![MILAN, ITALY - APRIL 14: Cafu of AC Milan challenges Adriano of Inter during the Serie A match between ACCafu e Adriano lutam pela bola em um clássico entre Inter de Milão e Milan em 2006](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/11/gettyimages-57339304-scaled-2560.jpg?quality=70&strip=info&w=841)
![Cafu, capitão do Brasil, ergue a Taça da Fifa, após vitória no jogo contra a Alemanha na final do torneio mundial, no Estádio de Yokohama - 30/06/2002](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/02/esporte-cafu-taca-20020630-002.jpg?quality=70&strip=info&w=920)
![Cafu com um retrato do filho Danilo, morto em 2019, de ataque cardíaco](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/10/cafu-2019-2.jpg?quality=70&strip=info&w=409)
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![Cafu antes do sorteio dos grupos da Copa do Mundo de 2014](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/06/ex-craques-do-sorteio-5-original.jpeg?quality=70&strip=info&w=407)
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![Cafu com o filho Danilo, em foto recente postada pelo ex-jogador](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2019/09/cafu-1.jpg?quality=70&strip=info&w=532)
![Piada com a escolha da equipe azul, liderada por Sandra, do prato que servia servido ao jogador Cafu, que é alérgico a cebola](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/05/alx_meme_15_original.png?w=559)
![Os ex-companheiros de seleção Roberto Carlos e Cafu](https://veja.abril.com.br/wp-content/uploads/2016/05/alx_roberto-carlos-cafu_copy_original.jpeg?quality=70&strip=info&w=817)
De tão repetida, a história se tornou praticamente uma lenda do futebol: antes de ser aceito no São Paulo, o ex-lateral Cafu, capitão da seleção brasileira pentacampeã do mundo em 2002, foi rejeitado em nove “peneiras”, o tradicional método adotado pelos clubes para recrutamento de novos talentos. Ele atribui a este senso apurado de resiliência o sucesso em sua longeva carreira. Para o ex-jogador, é justamente a falta de capacidade de ouvir um “não” que atrapalha as novas gerações de futebolistas brasileiros. “Muitos jovens se irritam por levar uma dura ou quando alguém levanta a voz para eles. Sem persistência e sem reconhecer eventuais falhas, não há avanço”, disse Cafu em entrevista publicada na mais recente edição de VEJA.
As Amarelas desta semana trouxeram o emocionante depoimento do capitão do penta, que recentemente perdeu um filho de 30 anos de forma abrupta, vítima de um ataque cardíaco fulminante. Mas Cafu também aproveitou a oportunidade para refletir sobre o momento da seleção brasileira. “Com exceção de Neymar, nenhum craque oi revelado nos últimos dez anos. O motivo: falta comprometimento. Além disso, a dinâmica do futebol está errada”, disse o ex-lateral de São Paulo, Zaragoza (ESP), Juventude, Palmeiras, Roma (ITA) e Milan (ITA).
Cafu exemplificou o erro atual na forma de se formar novos atletas com uma situação comum nos grandes clubes brasileiros. “O pai de um garoto bom de bola entrega a carreira dele bem cedo a um empresário ou procurador. Alguns meninos começam a ganhar 30 000, 50 000 reais por mês. Imagine o que isso não faz com a cabeça deles, ainda mais se tiveram origem humilde. Aos 23 anos, não querem mais saber de nada. Eu recebia ajuda de custo para transporte quando comecei”, afirmou o ex-camisa 2 da seleção.
Na entrevista a VEJA, o ex-jogador fez questão ainda de exaltar a importância do técnico Telê Santana, seu primeiro comandante como profissional, em sua vida: “Ele amava dar treino e eu, aprender. O Telê corrigiu a minha maneira de chutar a bola, exaustivamente. Enquanto meia, eu dava pauladas. Como lateral, precisava aprender a chutar de forma que a bola fizesse um arco – então virei esses lateralzinho que vocês conheceram.” Além disso, reforçou seu papel atuante dentro do esporte. “Faço parte do corpo conselheiro da Fifa (…). Foi minha a ideia de fazer uma quarta substituição durante a prorrogação.”