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Jardineta: imprensa mexicana celebra o título do América de André Jardine

Ex-São Paulo e campeão olímpico com a seleção, jovem treinador brasileiro levou 'Las Águilas' à 14ª conquista do Campeonato Mexicano

O treinador brasileiro André Jardine conduziu o América ao título do Apertura do Campeonato Mexicano de 2023, no último domingo, 17, ao bater o Tigres, no Estádio Azteca. O placar de 3 a 0 no jogo de volta foi construído na prorrogação e cravou a conquista após o empate em 1 a 1 na ida. Assim, Las Águilas encerraram um jejum de cinco anos sem título e abriram vantagem como maior campeão nacional, com 14 taças, dois a mais que o rival Chivas Guadalajara. A repercussão na imprensa local nesta segunda-feira, 18, deu a medida da influência da “Jardineta” na conquista.

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Contratado no meio deste ano pelo time da capital mexicana, o brasileiro de 44 anos, com passagens por São Paulo e seleção brasileira olímpica, se tornou o terceiro treinador da história do América a ser campeão já no primeiro torneio, repetindo o feito do argentino Miguel Ángel Lopez, em 1984/85, e do também brasileiro Jorge Vieira, em 1987/88. A campanha avassaladora fez Jardine cair ainda mais nas graças da imprensa mexicana.

A brincadeira com a Jardineta, unindo o sobrenome do treinador ao termo “eta”, que designa veículos, é popular no idioma espanhol e costuma ser utilizado para valorizar grandes times – o caso mais emblemático é o da Scaloneta, de Lionel Scaloni, na seleção argentina. O portal mexicano Esto abriu a matéria sobre os feitos do técnico com “Jardineta campeona”. A página Invictos também utilizou o termo.

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O trabalho de Jardine é exaltado na reportagem pelas estatísticas alcançadas. O time campeão foi dono do melhor ataque (2,17 gols por jogo) e da melhor defesa (0,83 gols sofridos por jogo), além de ter criado 84 grandes chances de gol em 23 jogos, segundo o Sofascore.

Perfis ligados ao futebol mexicano na rede social X (antigo Twitter) também rasgaram elogios à campanha de André. Torcedor americanista, @JavierMizar24 classificou a jornada do time de maneira muito positiva: “Brutal o trabalho do brasileiro”.

Ainda dentro de campo após a conquista, o técnico atendeu a imprensa e exaltou o roteiro do título e visou futuro ainda mais próspero. “Com fome para mais e seguir trabalhando muito, porque estamos aqui para lutar por tudo. O América vem construindo esta noite há muito tempo, reconheço quem deixou um bom trabalho e seguimos aperfeiçoando detalhes”, disse.

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Por meio das redes sociais, a ESPN do México também reconheceu os méritos do brasileiro e publicou uma frase fazendo referência ao fim do jejum: “André Jardine conseguiu o que foi negado por muitos anos ao americanismo”. A Fox Sports mexicana também reservou um espaço de sua repercussão, pontuando que o título foi conquistado em apenas seis meses.

Jardine chegou ao futebol mexicano em fevereiro de 2022 para comandar o Atlético de San Luís. Ainda que em um projeto recente, o brasileiro se destacou e o sucesso fez o maior vencedor da liga nacional buscar a contratação do treinador que levou a seleção brasileira ao ouro no futebol masculino nos Jogos Olímpicos de Tóquio.

Procurado por PLACAR, o jornalista mexicano Eduardo Espinosa, repórter do diário La Afición, pontuou que o brasileiro não era o nome dos sonhos americanistas inicialmente, mas que a aposta se mostrou certeira.

“Na verdade, a história do André com a América é muito singular. O time teve um técnico argentino chamado Fernando Ortiz nos últimos anos, mas que deixou a equipe inesperadamente no final do semestre passado. Nomes começaram a surgir imediatamente e André não era a opção número um. Digamos que Diego Alonso, que treinou o Uruguai, e Javier Aguirre, treinador mexicano muito reconhecido na Europa, eram as prioridades. Porém, aos poucos as opções foram caindo e já partiram para Jardine, que estava no Atlético de San Luis, onde fez um bom trabalho. Já tinham uma opinião muito boa dele”, contou.

O América de Jardine chegou próximo de bater o recorde de pontos da história dos torneios curtos (Apertura e Clausura) e conseguiu alcançar a melhor campanha do clube na primeira fase, com 40 pontos em 17 partidas. Para Espinosa, porém, o auge do trabalho chegou na semifinal, contra o ex-clube: “Contra o seu Atlético, no jogo de ida das semifinais, ele mostra sua melhor versão. Goleia e praticamente sela tudo.”

O repórter continuou, projetando a possibilidade de seguir com sucesso: “O título para o André também é muito importante. Obviamente vai ganhar uma renovação automática e vai poder escolher os reforços que quer. Então, terá um pouco mais de liberdade para essa parte e o que o América espera é que chegue uma nova era de ouro, como a da década de 1980.”

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