Iata: promessas do governo para aeroportos não serão cumpridas

Os aeroportos que o governo havia prometido para a Copa de 2014 não estarão prontos e o evento será realizado graças a “medidas temporárias”, como o ‘puxadinho’ de Guarulhos, alerta a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata). Apesar do cenário, a Iata acredita que a operação de transporte na Copa conseguirá ser realizada.

A associação diz ainda que esse é o momento de o Brasil começar a pensar em seu sistema aéreo para depois do Mundial e em como fazer o setor voltar a crescer. O diretor da entidade Tony Tyler não descarta nem mesmo que o número de empresas aéreas tenha de ser reduzido no Brasil.

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Na quinta-feira, o grupo que reúne as 240 maiores empresas do mundo publicou seus resultados anuais, apontando uma elevação nas projeções de lucros para 2013, para 12,9 bilhões de dólares, 1 bilhão de dólares a mais que a projeção anterior. Em 2014, esse lucro chegaria a 19,7 bilhões de dólares. Na América Latina, a previsão é de expansão dos lucros das companhias para 700 milhões de dólares em 2013, saltando para 1,5 bilhão de dólares no ano seguinte. Desta vez, porém, o bom resultado na América Latina não tem sido acompanhado pelo Brasil.

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Segundo a Iata, as empresas nacionais sofrerão uma estagnação entre 2013 e 2014. A constatação é de que o número de passageiros praticamente não cresceu até outubro e os aviões estão decolando com 23% dos lugares vazios. A taxa de ocupação é inferior à média mundial. “Houve um grande ajuste no Brasil”, disse o economista-chefe da Iata, Brian Pearce. “O cenário é de corte de oferta e demanda estável.” Tyler não descarta que o setor tenha de passar por nova consolidação no país. “Pode ser que haja empresa demais. Só o tempo dirá.” Ele lembrou que nos EUA, um mercado bem maior, apenas quatro empresas dominam o setor.

2014 – Tyler estima que as medidas temporárias sejam suficientes durante a Copa. “Estamos confiantes que, ao introduzir algumas medidas temporárias, aeroportos poderão lidar com o fluxo de passageiros para a Copa.” O termo usado por Tyler em seu discurso, “stopgap”, seria traduzido como “tapa-buraco”, mas a entidade insistiu que não era essa a conotação que o executivo pretendia dar à expressão.

A Iata admite que o novo terminal de Guarulhos acolherá apenas nove das 22 empresas que operam. No Aeroporto de Brasília, a situação é vista como “desafiadora”. Mas, para a Iata, a preocupação central é com o período pós-Copa. “Não estou tão confiante sobre a situação no longo prazo”, disse Tyler.

(com Estadão Conteúdo)