Publicidade
Publicidade

Guinada à direita

Givanildo é puro mérito. Virou titular sem lobby. Ao contrário. Precisou vencer a desconfiança por chegar à seleção sem ter feito carreira em time de ponta no Brasil. Ganhou a posição na bola. Depois de um tempo no Japão, foi do Porto ao Zenit, da Rússia, por uma transação recorde tanto no futebol português quanto […]

Givanildo é puro mérito. Virou titular sem lobby. Ao contrário. Precisou vencer a desconfiança por chegar à seleção sem ter feito carreira em time de ponta no Brasil. Ganhou a posição na bola. Depois de um tempo no Japão, foi do Porto ao Zenit, da Rússia, por uma transação recorde tanto no futebol português quanto no russo: 60 milhões de euros. Givanildo é Hulk, o paraibano que terá um papel essencial no jogo de hoje, a primeira semifinal desta Copa do Mundo.

Publicidade

Embora canhoto, Hulk atua mais pelo lado direito do ataque. Sua principal jogada é o corte para o meio e o poderoso chute a gol de média distância. Mas esse lance não apareceu até agora na Copa. As melhores chances para Hulk marcar surgiram na última partida, contra a Colômbia, do lado esquerdo e dentro da área. Ele falhou nas três oportunidades.

Leia também:

Sem Neymar, Felipão avisa: ‘Agora é a hora dos outros 22’​

Alemanha, quem diria, teme jogo físico da equipe brasileira

Com a ausência de Neymar, o Brasil perde sua banda forte – a esquerda, onde ele se entende muito bem com Marcelo. Abriu-se uma dúvida sobre seu substituto. Felipão, ontem, na entrevista obrigatória de véspera, preferiu seguir com o mistério. Meu palpite é que, além da entrada de Dante no lugar do suspenso Thiago Silva, ele promova simplesmente o retorno de Luiz Gustavo, atuando com três volantes (esse último mais Fernandinho e Paulinho), Oscar na armação e Fred e Hulk no ataque. Fred terá problemas entre os dois zagueiros alemães – Boateng e Hummels, a provável zaga, estão muito bem. Mas Hulk, pela direita, enfrentará o jogador mais fraco dessa forte Alemanha: Höwedes. Esse é o mapa da mina. É hora de o Brasil dar uma guinada para o outro lado.

Publicidade
Continua após a publicidade

Höwedes é zagueiro, assim joga no seu clube, o Schalke 04, do qual é prata da casa. É lento. Foi improvisado na lateral pela opção de Joachim Löw em atuar com quatro zagueiros nos primeiros jogos. E ali ficou. Embora sua canhota não seja “cega”, Höwedes é destro. Essa condição, porém, facilita a marcação em Hulk em sua principal jogada – o corte para o meio do brasileiro cai na “perna boa” do alemão. O drible rumo à linha de fundo é, em tese, o ponto fraco de Höwedes. Mas não é o corte preferido de Hulk. Aí que vem a questão: o brasileiro precisa da ajuda do lateral para envolver seu marcador pela ponta. E Maicon é melhor que Daniel Alves em jogadas de linha de fundo. Este prefere avançar em diagonal, até porque bate muito bem a gol.

Ontem, depois da entrevista, a maioria dos jornalistas com quem conversei considerava estas duas hipóteses: se Felipão for com três volantes, escala Dani Alves na lateral. Se for com apenas dois volantes (com Willian substituindo Neymar), vai com Maicon, que é melhor marcador. Particularmente, acho Maicon melhor nas duas configurações. Justamente porque essa Alemanha é um tanque de guerra sólido, com um pequeno ponto vulnerável na banda esquerda. É aí que o Brasil tem de apostar suas fichas.

Jogar defensivamente, povoando o meio-campo para fazer frente à solidez de Schweinsteiger, Khedira e Kroos. Aguardar um erro dos alemães em seu lado mais fraco. Eis uma boa estratégia. O Brasil precisa atuar com pragmatismo e inteligência. A seleção desceu um nível em seu poderio com a ausência de Neymar. Os alemães têm mais time, essa base está em sua terceira Copa do Mundo. O que equilibra as coisas é o fator casa – torcida e garra. Saberemos a opção de Felipão às 16 horas, uma hora antes do jogo, prazo obrigatório estipulado pela Fifa para a divulgação das equipes. Não espero muitos gols, mas espero um jogaço. E espero Hulk e Maicon. Direita, volver!

Publicidade

COMO FAZER O DOWNLOAD DAS REVISTAS – Para quem já é assinante de VEJA para tablets e iPhone, nada muda. Para os outros, basta baixar o aplicativo de VEJA ou acessar o IBA, a banca digital da Editora Abril.

Continua após a publicidade

Publicidade