Ghiggia morreu assistindo a reprise do Inter na Libertadores
Herói do título uruguaio em 1950 estava internado com dores nas costas e via futebol na TV com seu filho quando sofreu uma parada cardíaca

O ex-jogador uruguaio Alcides Ghiggia morreu enquanto assistia a uma reprise da vitória do Internacional sobre o Tigres por 2 a 1, pelas semifinais da Taça Libertadores. A informação foi dada por Arcadio Ghiggia, filho do ídolo do futebol uruguaio, que morreu exatos 65 anos depois de marcar o gol que calou os brasileiros no Maracanã e deu o título da Copa do Mundo de 1950 ao Uruguai.
Ghiggia, algoz do Brasil na Copa de 1950, morre aos 88
“Estávamos vendo a repetição da Libertadores, do jogo do Inter contra o Tigres, e ele teve vontade de vomitar. Depois, reclamou de um pouco de dor nas costas e o inclinamos. Quando voltamos a cama para trás, ele teve o ataque cardíaco”, contou o filho do ex-jogador à emissora uruguaia Canal 12. “Tentamos salvá-lo com a ajuda dos funcionários do hospital, mas não conseguimos”, acrescentou Arcardio, explicando que seu pai estava internado exatamente por causa do problema nas costas.
Aos 88 anos, Ghiggia era o último sobrevivente da equipe uruguaia que venceu a Copa de 1950 sobre o Brasil. Na decisão, ele eternizou seu nome na história do futebol ao superar o goleiro Barbosa e marcar o gol do bicampeonato uruguaio, aos 34 minutos do segundo tempo. “Ele sempre lutou pela vida. Como lutou no campo de jogo, lutou depois fora dele por sua saúde, sua vida, seus filhos. E o destino quis que justo hoje, um dia 16 de julho, ele nos deixasse. Ele nos deixa entrando nos vestiários para jogar sua partida. Seus companheiros o estão esperando”, disse Arcadio.
O governo do Uruguai declarou luto oficial e decretou honras fúnebres pela morte de Ghiggia. Ele será velado nesta sexta-feira no parlamento do país. “O nome de Ghiggia será indelével. Não há dúvida de que esse gol marcou a maior façanha esportiva da história do Uruguai”, declarou o ex-presidente José Mujica, que relembrou sua alegria pelo momento histórico.
“Todo o Uruguai estava vibrando, saímos como loucos pelas ruas. Nunca vi tanta alegria na sociedade uruguaia. Talvez quando acabou a ditadura, mas nunca vi tanta alegria resumida em um povo”, recordou Mujica, que tinha 15 anos no dia do Maracanazo.







(com agência EFE)