Publicidade
Publicidade

Ex-presidente da CBF e dirigentes da Fifa são detidos na Suíça por corrupção

Operação surpresa que prendeu José Maria Marin aconteceu a pedido de autoridades americanas; cartolas são acusados de envolvimento em esquema de suborno na entidade

O ex-presidente da CBF, José Maria Marin, e outros seis dirigentes da Fifa foram detidos pela polícia da Suíça em uma operação surpresa na madrugada desta quarta-feira, em Zurique. As detenções aconteceram a pedido das autoridades americanas, que investigam os cartolas por envolvimento em um esquema de suborno que já duraria mais de duas décadas. As acusações foram detalhadas em um documento (leia aqui em inglês) divulgado pelo Departamento de Justiça americano. Os dirigentes devem ser extraditados para os Estados Unidos. O presidente da entidade e candidato à reeleição, o suíço Joseph Blatter, não está entre os suspeitos e, segundo a Fifa, o pleito desta sexta-feira está mantido.

Publicidade

LEIA TAMBÉM:

Fifa nega envolvimento de Blatter e mantém eleição

Empresário J. Hawilla admite culpa e devolve US$ 151 mi

Luís Figo: ‘A Fifa não é transparente’

Os outros seis dirigentes detidos na Suíça foram Jeffrey Webb (presidente da Concacaf), Eduardo Li (presidente da Federação Costarriquenha), Julio Rocha (presidente da federação da Nicarágua), Costas Takkas (ex-secretário geral da federação das Ilhas Cayman), Rafael Esquivel (presidente da federação venezuelana) e Eugenio Figueiredo (ex-presidente da Conmebol).

Continua após a publicidade

As prisões aconteceram no luxuoso hotel cinco estrelas Baur au Lac, onde os cartolas estavam reunidos para a eleição da Fifa, marcada para esta sexta. Os agentes responsáveis pela operação chegaram ao local durante a madrugada, vestidos com trajes civis. Após apresentarem as ordens judiciais, os policiais receberam as chaves dos quartos e conduziram as detenções. Os cartolas são acusados de fraude, lavagem de dinheiro e uma série de crimes financeiros.

Publicidade

O empresário brasileiro J. Hawilla, dono da agência de marketing esportivo Traffic, também foi citado na investigação. Acusado de extorsão, fraude e lavagem de dinheiro, Hawilla fez um acordo com a Justiça americana, admitiu sua culpa e aceitou devolver mais de 151 milhões de dólares (cerca de 473 milhões de reais).

A operação teve como alvo principalmente dirigentes da América Latina. A Justiça americana indicou que parte das propinas investigadas se referiam à organização da Copa do Brasil, Taça Libertadores da América e Copa América. Além de corrupção, Marin é acusado de “conspiração”. O Ministério Público da Suíça também realizou uma operação nesta manhã, confiscando na sede da Fifa documentos e computadores sob a suspeita de que cartolas receberam propinas para votar nas sedes das Copas de 2018 e de 2022. O MP suíço confirmou que abriu uma investigação penal contra os dirigentes. A sede da Concacaf (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caribe), em Miami, também foi alvo de buscas.

Copa do Mundo – Os dirigentes são acusados de envolvimento em um esquema de corrupção através do qual “delegados da Fifa e outros de organizações dependentes receberam propinas e comissões – de representantes de meios de comunicação e de empresas de marketing esportivo – que somam mais de 100 milhões de dólares”, segundo o Ministério suíço. Em troca, os agentes corruptores “recebiam direitos midiáticos, de publicidade e patrocínio em torneios de futebol na América Latina”.

Publicidade

“A acusação alega que a corrupção é desenfreada, sistêmica, e que está enraizada tanto no exterior quanto nos Estados Unidos”, disse procuradora-geral da Justiça americana Loretta Lynch. A nota oficial da entidade americana informa que o empresário brasileiro J Hawilla, dono e fundador da Traffic, agência detentora de direitos de transmissão e parceira da CBF, está diretamente envolvido no caso de suborno.

As acusações também apontam para o recebimento de propinas em troca de apoio nas eleições das sedes das Copas de 2018 e 2022. Os países escolhidos nesses anos foram Rússia e Catar.

Polícia Suíça invadiu um hotel para deter seis funcionários suspeitos de corrupção no futebol
Polícia Suíça invadiu um hotel para deter seis funcionários suspeitos de corrupção no futebol VEJA

(Com agências Estadão Conteúdo e EFE)

Continua após a publicidade

Publicidade