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Estêvão revela por que preferiu o Chelsea e projeta futuro

Em entrevista à PLACAR, joia do Palmeiras explica os motivos que o fizeram aceitar a oferta do clube inglês e cita futura parceria com Palmer e Kendry Páez

Negociado com o Chelsea desde o fim de junho, Estêvão, a principal joia do futebol brasileiro, contou pela primeira vez os motivos que o fizeram aceitar a proposta do clube inglês, sua futura casa a partir de julho de 2025.

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Na entrevista exclusiva à edição de outubro de PLACAR, o atacante do Palmeiras disse ter sido tocado pelo projeto apresentado pelos Blues, mesmo já tendo declarado ter o Barcelona como maior sonho da carreira.

Ele também falou da preparação para chegar ao clube inglês, do que espera da Premier League, da visita programada a Londres em dezembro, durante as férias, as dificuldades que espera reduzir até a apresentação oficial e até de uma disputa por posição com o amigo Kendry Páez.

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A negociação pode atingir até 61,5 milhões de euros (R$ 358 milhões), somados valores fixos e metas. Inicialmente, os ingleses pagaram 45 milhões de euros (R$ 262 milhões) e ainda podem desembolstar até 16,5 milhões de euros (R$ 96 milhões), condicionado aos gatilhos pré-estabelecidos por contrato. O Verdão teve direito a 70% do montante.

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‘Escolhemos o time certo’

“Desde criancinha eu sempre acompanhei o Barcelona, acho que mais por causa do Messi e do Neymar, que são referências para mim. E fico muito feliz pelo interesse dos outros times, de virem atrás de mim e do meu futebol, mas a proposta do Chelsea foi muito boa. Meus empresários conversaram com meus pais, comigo…. foi um projeto muito bom que eles fizeram e que tem tudo para dar certo “, iniciou dizendo no papo de quase uma hora.

“Não tem nem o que falar do Chelsea, de estar numa cidade espetacular que é Londres, de jogar a liga mais forte do mundo e estar entre os melhores. Acho que ainda mais agora, com um time que está dando oportunidades para os jovens. Isso me chamou muita atenção e da minha família também. Tenho certeza que escolhemos o time certo”, completou.

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Inglês, dificuldades e visita em dezembro

“Estou tentando ao máximo não passar por dificuldades, então eu tento fazer [aulas de] inglês. Com as viagens dificulta um pouco, mas tento fazer ao menos duas vezes por semana. Tenho um preparador físico que me ajuda para o que vou enfrentar lá. A gente quer se adaptar aos vários cenários que vão acontecer para não sofrer tanto”.

“Não sei quanto tempo vou ficar [durante visita em dezembro]. Certo que é um lugar que quero ir muito. As pessoas falam que é uma das melhores cidades do mundo e quero muito ir para ver, conhecer onde vai ser o meu futuro e espero gostar bastante”

Estêvão e a bola que pode levá-lo ao topo do mundo - Alexandre Battibugli/Placar
Estêvão e a bola que pode levá-lo ao topo do mundo – Alexandre Battibugli/Placar

“Por tudo o que eles me agregam, minha família vai comigo sim. Vai meu pai, minha mãe, minha irmã…. todo mundo topou e para morar em Londres também acho que ninguém iria querer ficar de fora”

Adaptação e Premier League

“Acho que isso vai mais de mim [a adaptação]. Eu evoluindo, ajudando a equipe de várias formas possíveis, isso vai andar de uma forma ou de outra. É claro que a gente vai estar se esforçando o máximo, como aqui no Palmeiras já tem caras maduros, lá tem caras que já passaram por várias situações. Eu tenho certeza que lá no Chelsea também vai ter, assim como as dificuldades, mas vamos conseguir lidar e passar por tudo isso”.

“Sempre bate o friozinho de estar lá na Premier League, uma das ligas mais fortes do mundo, com grandes jogadores. Bate sempre friozinho quando a gente vê esses jogos, mas, como eu falei, primeiro tenho que fazer a minha parte aqui no Palmeiras, me dedicar cada vez mais aqui para depois ir pra lá.”

“Já estou vendo os jogos hoje, estudando é possível ver o que vou enfrentar lá. Serve de aprendizado para chegar lá e tentar me adaptar o mais rápido possível. Sei que vou ter dificuldades, sim, mas tento pular essas dificuldades rapidamente”.

Maresca, Palmer e outras referências

Apesar dos meses que ainda separam a chegada ao clube inglês, o camisa 41 palmeirense contou que já acompanha quase todos os jogos do clube e reagiu com surpresa às falas do técnico Enzo Maresca, que elogiou o seu desempenho e disse aguardar por sua chegada.

“Foi uma surpresa. Fico muito feliz que ele falou que está acompanhando meu desempenho aqui no Brasil, tanto quanto estou acompanhando o deles lá na Premier League. Estou acompanhando bastante o Chelsea. Fico feliz por estarem de olho no meu desenvolvimento”, afirmou o jogador.

Estêvão a lá Palmer: inglês já mandou um ‘até breve’ para futuro companheiro - Alexandre Battibugli/Placar
Estêvão a lá Palmer: inglês já mandou um ‘até breve’ para futuro companheiro – Alexandre Battibugli/Placar

Estêvão também apontou o atacante inglês Cole Palmer, de quem costuma reproduzir a comemoração de gols com os braços cruzados, como principal referência na futura equipe. O jogador do Chelsea também já reagiu republicando uma foto de Estêvão nas redes sociais dizendo soon (“em breve”), projetando a futura parceria.

“Atualmente tem o Palmer, que é um cara excepcional, espetacular… e mais antigamente acompanhei bastante o brasileiro Willian, que jogou lá, o Hazard também, que tem as mesmas características, o Thiago Silva. Acho que são grandes referências do futebol mundial que passaram pelo Chelsea. O Hazard por tudo o que fez, pelos dribles, pela objetividade”, explicou.

Kendry Páez, amigo ou concorrente?

Ele também falou sobre o equatoriano Kendry Páez, do Independiente del Valle, outro jovem talento sul-americano já negociado com o clube inglês.

“Quando nos enfrentamos na Libertadores, ele já estava negociado e eu estava acertando detalhes. Mas, nesse último jogo pela seleção [em 6 de setembro], encontrei ele no Equador e nós dois já estávamos acertados. A gente conversou bastante ali. Conversamos sobre o inglês, adaptações que vão ser difíceis, mas acho que a gente tem tudo para dar certo e vai ser uma baita experiência”, disse.

“Ele chegou, me perguntou como é que eu estava me sentindo. Ele também falou que estava sendo muito difícil e era muito chato estudar inglês, mas que ele estava aprendendo também. Falou que quer ir para lá logo, quer ter essa experiência de Europa. Falei que logo a gente estará lá. Acho que dá para a gente jogar junto. Apesar dele jogar mais centralizado hoje e eu jogar mais na ponta, com certeza acho que dá pra gente jogar junto e vai ser uma rivalidade boa, saudável”, completou

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‘Estamos seguros da escolha pelo Chelsea’, diz Ivo Gonçalves

Pai do jogador detalha as expectativas em torno da ida para a Inglaterra em 2025

O pai Ivo, Estêvão, a mãe Hetiene e a irmã caçula Esther - Arquivo pessoal
O pai Ivo, Estêvão, a mãe Hetiene e a irmã caçula Esther – Arquivo pessoal

“Nossa expectativa para a chegada à Inglaterra é a melhor possível. Visitaremos Londres em dezembro para começar a procurar casa e conhecer mais a cidade. Havia vários clubes interessados, mas estamos seguros pelo Chelsea. Nossa escolha foi feita por total direção de Deus. O projeto que nos foi apresentado, principalmente aquilo que esperam dele no campo, tem tudo para funcionar. Acho que o Estêvão, com a qualidade que tem, irá dar uma resposta positiva logo: estará em uma cidade boa, em um clube bom e na melhor liga que existe. Oramos juntos em família, e quando Deus nos dá paz é um sinal claro para tomarmos uma decisão. Por isso, não teve e não haverá ansiedade da nossa parte. Estamos certos de que fará sucesso lá.

Recentemente, recebi uma mensagem de uma pessoa transmitindo notícias ruins sobre o Chelsea e respondi dizendo que não somos guiados somente por aquilo que vemos, mas pelo que cremos. Acreditamos nessa direção que não depende de circunstâncias daqui somente. Estamos absolutamente tranquilos para seguir em frente.

Curiosamente, isso também aconteceu quando viemos para o Palmeiras. Tínhamos outras opções financeiramente melhores, mas fomos guiados por Deus ao clube. Hoje desfrutamos de tudo aquilo que foi preparado. Quando saímos de Franca, foi diante de um projeto: para que fosse um dos grandes do futebol mundial. É claro que o futuro a Deus pertence, não ficamos presos a isso. O mais importante para nós é ele ser um filho maravilhoso, essa é a nossa maior alegria.

Brinco com ele desde que começamos os primeiros trabalhos nos campinhos que se tornaria o melhor do mundo. Dizia a ele um versículo da Bíblia: ‘Deus tira o pobre do pó e o faz assentar junto com os príncipes’. Creio que estaremos um dia ao lado dele, e dos grandes, para receber uma Bola de Ouro. Mas acima de tudo: ficaremos ao seu lado nessa caminhada, para os momentos bons e ruins. Sonhar nunca é demais. E, claro, sempre respeitando os momentos. Há 11 meses o Estêvão nem era titular do Palmeiras, hoje faz sucesso. A perseverança é algo importante. Estamos totalmente prontos para esse desafio”.

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Na matéria de dez páginas da revista, Estêvão fala sobre tudo: o preço pelo sucesso precoce, os hábitos de uma jovem estrela de 17 anos, a relação com a família nascida em Franca (SP), o cuidado com redes sociais, e o perfil na contramão dos boleiros.

O camisa 41 palmeirense também revelou os sonhos que ainda têm pelo clube paulista até julho de 2025, os conselhos que recebe de Abel Ferreira, a escolha pelo Chelsea, a primeira experiência na seleção principal, além dos ambiciosos planos de ganhar a próxima Copa e se tornar um dia o Bola de Ouro. Ele só pede: “Não me chamem de Messinho”.

A versão impressa está disponível em nossa loja oficial no Mercado Livre e nas bancas de todo o país a partir deste sábado, 12, com diversas outras atrações, incluindo entrevistas com outras estrelas: Pablo Vegetti, do Vasco, e Lucas Moura, do São Paulo.

Estêvão. a joia palmeirense, é o destaque da edição 1516 - Reprodução/Placar
Estêvão. a joia palmeirense, é o destaque da edição 1516 – Reprodução/Placar
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