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É prata: Rebeca Andrade faz história na ginástica artística em Tóquio

Ao som de ‘Baile de Favela’, atleta de 22 anos brilhou no Centro de Ginástica Ariake, sob aplausos de Simone Biles

Publicado por: Luiz Felipe Castro em 29/07/2021 às 09:55 - Atualizado em 23/09/2021 às 18:24
É prata: Rebeca Andrade faz história na ginástica artística em Tóquio
A ginasta brasileira Rebeca Andrade exibindo a medalha de prata conquistada –

O baile de favela encantou os Jogos de Tóquio. Ao som de funk e sob aplausos de Simone Biles, Rebeca Andrade fez história na manhã desta quinta-feira, 29, ao conquistar a primeira medalha olímpica da ginástica artística feminina do Brasil no Centro de Ginástica Ariake, em Tóquio. A atleta de 22 anos, nascida em Guarulhos (SP), ficou com a prata na prova mais importante da modalidade, o individual geral. O ouro ficou com americana Sunisa Lee e o bronze com a russa Angelina Melnikova.

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A prova recebeu enorme atenção mundial, pois oficializou a desistência de Simone Biles, maior estrela dos Jogos de Tóquio, que decidiu priorizar sua saúde mental e abrir mão da disputa. A americana assistiu à disputa no ginásio e demonstrou entusiasmo com a façanha de Rebeca, atleta que se recuperou de uma dura sequência de lesões para cravar seu nome na história do esporte nacional. 

Rebeca Andrade havia se classificado para a final do individual geral em segundo lugar, apenas atrás de Biles, e confirmou sua condição de favorita com notável força, equilíbrio, graça e controle corporal. A consagração veio com o funk de McJoão na exibição no solo, quente e fervendo, mas só foi possível pois Rebeca brilhou durante toda a competição. 

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Na prova inicial, de salto, obteve nota 15.300; depois 14.666 nas assimétricas, se mantendo na liderança. Na trave, sua prova mais fraca, recebeu a nota 13.566. No entanto, a equipe brasileira exigiu a revisão da prova, e se deu bem: a nota subiu para 13.666 e Rebeca chegou para a prova de solo em segundo no geral, com 43.632, atrás apenas da americana Sunisa Lee (43.733).

O ouro não veio por um pé para fora do tablado. Mas apesar do pequeno deslize no solo, Rebeca agradou o júri e se manteve na segunda posição, com 57,298 pontos no geral. Sunisa Lee foi a campeã com 57,433 pontos, enquanto a russa Angelina Melnikova terminou com 57,199 pontos.Após a conquista, Rebeca comentou a ausência de Biles se disse orgulhosa. “As pessoas tem de entender que o atleta é um humano, não um robô. A decisão que ela tomou foi a mais sábia que ela podia tomar por ela, não pelos outros, porque não se brinca com a cabeça.”

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Rebeca Andrade cresceu, junto a seis irmãos, em condições humildes na periferia de Guarulhos (SP). Filha de empregada doméstica, ela começou a treinar ginástica com apenas quatro anos em um projeto social da prefeitura da cidade e logo ganhou o apelido de “Daianinha de Guarulhos”, por sua semelhança com Daiane dos Santos, estrela da ginástica nacional na época. Com apenas nove anos, Rebeca se mudou para o Rio de Janeiro para defender o Flamengo e a seleção brasileira e logo confirmou as altas expectativas.

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Rebeca venceu seis etapas de Mundial a partir de 2017, mas sofreu para chegar a Tóquio. Viajou para a capital japonesa sem a equipe feminina do Brasil, que, pela primeira vez em quatro edições, não conseguiu se classificar para os Jogos. Este foi o menor de seus percalços. Em meados de 2019, ela rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho pela terceira vez em quatro anos. Os problemas físicos, somados aos adiamentos causados pela pandemia da Covid-19, atrapalharam sua preparação e a tiraram de três dos quatro campeonatos mundiais deste ciclo.

Para chegar à redenção em Tóquio, Rebeca participou do programa Missão Europa, organizado pelo do Comitê Olímpico do Brasil para driblar as restrições impostas pela pandemia no Brasil, e após um intenso período de treinos em Portugal, garantiu sua passagem individual para Tóquio apenas no mês passado ao vencer o Campeonato Pan-Americano de ginástica.

Rebeca se juntou aos medalhistas brasileiros da ginástica masculina: Arthur Zanetti, ouro e prata nas argolas nos Jogos de Londres-2012 e Rio-2016, e Diego Hypolito, prata, e Arthur Nory, bronze, ambos no Brasil. Entre as mulheres, os melhores resultados eram os quintos lugares de Daiane dos Santos no solo em Atenas-2004 e de Flavia Saraiva na trave na Rio-2016.

 

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