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‘Doping mecânico’, a nova ameaça para o ciclismo

Primeiro caso oficial de trapaça tecnológica no ciclismo foi confirmado no fim de semana: a belga Femke van den Driessch foi flagrada com um motor elétrico dentro da bicicleta

Um caso impressionante de violação das regras abalou o ciclismo mundial no último final de semana. A belga Femke Van den Driessche, de 19 anos, foi acusada de ter inaugurado a prática do “doping mecânico”, ao colocar um motor elétrico – escondido dentro do quadro de sua bicicleta – que possibilita à atleta um estímulo de velocidade muito maior em comparação aos adversários e também menos esforço ao pedalar. A União Internacional de Ciclismo (UCI) encontrou o equipamento irregular em uma análise da comissão de provas após Femke disputar uma etapa do Campeonato Mundial sub-23 de ciclismo cross, em Zolder, na Bélgica – categoria na qual ela é a atual campeã.

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A possibilidade de “doping mecânico” é um assunto que assombra o ciclismo mundial, que já tem um histórico vasto de ocorrências de doping químico, incluindo o heptacampeão Lance Armstrong, banido do esporte em 2012. Alguns casos suspeitos já foram alvos de investigações, mas em nenhum deles houve comprovação de uso. Diferente do doping químico, o mecânico sugere o uso indevido de tecnologias ou meios eletrônicos para obter vantagem em uma competição esportiva.

A jovem ciclista falou com a emissora belga Sporza e negou as acusações tentando justificar o caso com uma explicação pouco convincente. “Não era minha bicicleta, mas sim de um amigo meu. É exatamente igual à minha. A bicicleta acabou nas minhas mãos por causa de um engano de um mecânico, que achou que era minha bicicleta. Eu não tenho medo dessa investigação, não fiz nada de errado”, declarou a esportista, que pode ter uma punição de até seis meses e uma multa de 200.000 francos suíços (quase 800.000 reais).

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Alguns jornais da Europa e sites especializados como o Cycling News lembram que Niels, irmão de Femke van den Driessche, está cumprindo suspensão de doping por ter usado a substância ilícita EPO (Eritropoietina).

Em uma coletiva de imprensa, o presidente da UCI Brian Cookson confirmou que foi encontrado um motor na bicicleta: “Está absolutamente claro que houve uma fraude tecnológica, havia um motor escondido. Acredito que não haja segredos quanto a isso”, disse Cookson.

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(Da redação)

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