Meia argentino e pai do defensor brasileiro tiveram suas casas invadidas por bandidos durante derrota do PSG; casos semelhantes vêm ocorrendo com frequência
O meio-campista argentino Ángel Di María e o zagueiro brasileiro Marquinhos, do Paris Saint-Germain, foram as mais recentes vítimas de uma modalidade de crime que há alguns anos vem chocando a Europa com certa frequência: o assalto a casa de atletas renomados no momento em que eles estão atuando. Os crimes ocorreram no último domingo, 14, durante a derrota por 2 a 1 do PSG diante do Nantes, pelo Campeonato Francês, no Parque dos Príncipes.
Os familiares dos jogadores estavam presentes, mas não sofreram ferimentos, segundo relatos de veículos da imprensa francesa, como o jornal Le Parisien. Em uma cena inusitada, Di María foi substituído da partida para que pudesse socorrer seus familiares. O técnico Mauricio Pochettino havia sido informado pelo diretor de futebol brasileiro Leonardo sobre o assalto e efetuou a mudança no início da segunda etapa.
O momento em que se soube do assalto à casa de Di María, com a família do jogador no local 😨 Os seus familiares saíram ilesos 🙏 #Ligue1ELEVEN pic.twitter.com/liKadcXLx9
— ELEVEN Portugal (@ElevenSports_PT) March 15, 2021
A mansão de Angel Di Maria, localizada na região de Neuilly-sur-Seine, próxima à capital, foi invadida durante a partida. De acordo com uma fonte familiarizada com o assunto ouvida pelo Le Parisien, a esposa e os filhos de Di María não notaram a presença dos ladrões durante o incidente, pois estavam no primeiro andar, assistindo ao jogo, enquanto os bandidos conseguiam entrar pela academia, localizada no térreo.
Em seguida, os criminosos subiram de elevador até o segundo andar, onde roubaram dinheiro, relógios e joias do cofre do casal. Ainda segundo a fonte, os danos causados pelos ladrões seriam de mais de 500.000 euros (mais de 3 milhões de reais).
Esta não foi a primeira vez que a família Di María passou por este trauma: em fevereiro de 2015, o jogador teve sua casa em Manchester, na Inglaterra, assaltada, o que, inclusive o levou a deixar o Manchester United. “Dali em diante, não era mais razoável ficar lá. Minha família não estava bem, minha filha estava sofrendo. Então o mais importante era ir embora ”, afirmou Di María na época.
No caso de Marquinhos, a vítima na verdade foi o pai do jogador, que foi mantido refém na presença de suas duas filhas, de 13 e 16 anos, enquanto os bandidos efetuavam o assalto na cidade de Chatou, na grande Paris. Os ladrões fugiram depois de levar malas com joias e artigos de luxo, além da quantia de 2.000 euros. O jogador tranquilizou seus fãs nas redes sociais: “Os familiares nada sofreram e estão todos bem, se refazendo do susto”, informou o jogador da seleção brasileira. A polícia francesa investiga o caso.
Segundo fontes policiais, os ladrões confundiram a residência dos pais do jogador com a do próprio Marquinhos, que fica ao lado. A mansão do zagueiro já havia sido vítima de uma tentativa de assalto em janeiro do ano passado, durante clássico contra o Monaco. No início deste ano, outro jogador do PSG, o atacante argentino Mauro Icardi também teve a residência assaltada, com prejuízo estimado em mais de 400.000 euros.
Moda nas grandes ligas da Europa
Antes de Di María, Marquinhos e Icardi, outros jogadores foram vítimas do mesmo crime enquanto atuavam pelo PSG, incluindo os brasileiros Daniel Alves, hoje no São Paulo, e Thiago Silva, do Chelsea. Casos semelhantes também ocorreram com frequência nos últimos anos na elite do futebol espanhol e inglês.
O volante brasileiro Casemiro, do Real Madrid, teve sua casa assaltada em 2019, durante clássico contra o Atlético de Madri. Antes dele, Lucas Vázques, Isco e o técnico Zinedine Zidane, do Real Madrid, Gerard Piqué, Jordi Alba e Arthur, do Barcelona, Joáquin Sánchez e William Carvalho, do Betis, Sadio Mané, do Liverpool, Memphis Depay, do Lyon, e Thiago Silva, do PSG, entre outros, passaram pela mesma situação. Em todos os casos, as invasões foram realizadas na hora exata das partidas.
Em 2019, reportagem do diário espanhol El Confidencial detalhou a onda de assaltos às mansões de atletas. Diego Giráldez, responsável de segurança privada da União Geral dos Trabalhadores da Espanha, afirmou que as gangues que invadem casas de jogadores são “muito organizadas, longe de serem delinquentes comuns” e”sabem detectar quando o futebolista está fora de casa, que é quando se dá a melhor circunstância possível para agir”.
Segundo ele, as gangues atuam de maneira muito rápida, cientes de que um alarme poderá soar a qualquer momento, e por isso buscam basicamente dinheiro e jóias. O especialista informou também que os ladrões não costumam cometer atos violentos contra pessoas que estejam nas residências. Os clubes aconselham seus atletas a não publicarem fotos de suas residências nas redes sociais.