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Cruzeiro: um bicampeão ‘de verdade’ depois de vinte anos

Antes da agremiação mineira, apenas o esquadrão do Palmeiras de 1993 e 1994 conquistou dois títulos brasileiros seguidos com sua base praticamente intacta

Assim como o Cruzeiro de 2014, aquela equipe palmeirense conquistou o título com sobras, e justamente por causa do talento e entrosamento de seus atletas

O Cruzeiro conquistou o bicampeonato consecutivo do Brasileirão graças ao talento de seus jogadores e, sobretudo, à manutenção da base que conquistou o título de forma arrasadora em 2013. Ao invés de ir ao mercado em busca de reforços de renome, a diretoria optou por valorizar os atletas que lá estavam e trazer apenas alguns reforços pontuais. Dos titulares absolutos, só o atacante Marcelo Moreno chegou nesta temporada – e, inclusive, foi fundamental na campanha ao marcar catorze gols. A força do elenco foi a chave para o quarto título nacional: o Cruzeiro pode até não possuir craques consagrados, mas tem peças muito interessantes e confiáveis para todos os setores, inclusive no banco de reservas. Nem mesmo as últimas equipes que conquistaram dois títulos consecutivos (o tricampeão São Paulo, entre 2006 e 2008, e o bicampeão Corinthians, de 1998 e 1999) alcançaram essa façanha com formações titulares tão parecidas quanto a do Cruzeiro atual. Antes, apenas o Palmeiras, campeão em 1993 e 1994, havia conseguido manter sua espinha dorsal de forma tão competente.

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Do time cruzeirense campeão no ano passado, praticamente não houve mudanças. Dois dos poucos reforços, o zagueiro Manoel e o meia Marquinhos, participaram de algumas partidas, mas não foram titulares na maior parte da campanha. No ataque, apenas Marcelo Moreno assumiu o lugar de Borges (que, por sua vez, se manteve no grupo como excelente opção para o segundo tempo, assim como Dagoberto). Alguns outros atletas se revezaram entre os onze iniciais, como Mayke e Ceará, além de Henrique, Júlio Baptista, Borges e Dagoberto – mas todos esses já faziam parte do elenco de 2013. Do São Paulo tricampeão, apenas o goleiro Rogério Ceni foi titular absoluto nas três conquistas. O time são-paulino mais semelhante ao antecessor foi o de 2008, que tinha Rogério, André Dias, Miranda, Richarlyson, Hernanes, Jorge Wagner e Dagoberto como remanescentes da formação inicial de 2007. Muricy Ramalho foi o técnico da equipe nas três conquistas.

Do meio para frente, o Corinthians de 1999 era praticamente o mesmo do ano anterior: apenas o artilheiro Luizão entrou no posto que era de Dinei, Mirandinha ou Didi. Na defesa, entretanto, o time sofreu várias modificações. Dida, Márcio Costa, João Carlos e Kléber entraram nas vagas de Nei, Gamarra, Batata e Sylvinho. Apenas Índio se manteve no time. Nem mesmo o técnico era o mesmo: Vanderlei Luxemburgo assumiu a seleção brasileira e passou o posto a seu então auxiliar Oswaldo de Oliveira. O último esquadrão que pode ser considerado um bicampeão legítimo é o Palmeiras de vinte anos atrás. Do time campeão em 1994, apenas Velloso, Cléber e Rivaldo não participaram da conquista do ano anterior. A base do time, que tinha craques como Antônio Carlos, Roberto Carlos, César Sampaio, Zinho, Edmundo e Evair, além do técnico Vanderlei Luxemburgo, foi mantida. Assim como o Cruzeiro de 2014, aquela equipe palmeirense conquistou o título com sobras, e justamente por causa do talento e entrosamento de seus atletas.

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Time do Cruzeiro em 2013
Time do Cruzeiro em 2013 VEJA
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