Chuck Blazer, peça-chave dos escândalos, é banido do futebol
Dirigente americano atua como delator para o FBI desde 2011 e admitiu ter recebido propina para votar nas sedes das Copas de 1998 e 2010

O Comitê de Ética da Fifa decidiu nesta quinta-feira banir o americano Chuck Blazer de todas as atividades relacionadas ao futebol “por toda a sua vida”. Ex-membro do Comitê Executivo da Fifa e ex-secretário-geral da Concacaf, Blazer é peça-chave na investigação sobre os escândalos de corrupção na entidade que rege o futebol mundial. Desde 2011, ele atuou como delator para o FBI e gravou dezenas de reuniões da Fifa. O próprio Blazer admitiu ter recebido propina para votar nas escolhas das Copas de 1998 e 2010, entre outras irregularidades que motivaram o seu banimento.
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A Fifa anunciou que Blazer teve atuação direta em atividades que incluíram “a oferta, a aceitação e o recebimento de pagamentos ilegais e subornos”. Ele também foi considerado culpado por descumprir o código de ética da entidade de forma reiterada. A punição entra em vigor nesta quinta e se baseia nas informações recolhidas pelo órgão de investigação do Comitê de Ética, em resposta ao relatório final do Comitê de Integridade da Concacaf e às acusações apresentadas pela Justiça dos Estados Unidos contra vários dirigentes da Fifa.
Em maio de 2013, o Comitê de Ética da Fifa decidiu suspender de forma provisória as investigações contra Blazer por causa dos problemas de saúde do ex-dirigente. O inquérito tinha sido aberto após Blazer, de 70 anos, ter sido acusado, junto ao ex-presidente da Concacaf Jack Warner, de desviar pelo menos 57 milhões de dólares (183 milhões de reais) durante o tempo em que estiveram no comando da entidade.
Posteriormente, em dezembro de 2014, Cornell Borbély assumiu a presidência da Câmara de Investigação do Comitê de Ética e decidiu reiniciar os procedimentos contra Blazer, que resultaram na punição definitiva comunicada hoje.
Em 2011, Blazer foi alvo de uma investigação nos EUA e concordou colaborar com as autoridades para evitar ser preso. Sua confissão foi usada como base nas denúncias que o Departamento de Justiça americano apresentou contra nove diretores da Fifa – incluindo o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, que segue preso na Suíça – e outras cinco pessoas vinculadas à entidade.





(com agências EFE e Estadão Conteúdo)