Irreconhecível, seleção brasileira é dominada pelo adversário e se despede da competição com sua pior derrota, por 28 pontos de diferença
O sonho brasileiro de voltar a uma semifinal de Mundial masculino de basquete depois de 28 anos chegou ao fim nesta quarta-feira – ironicamente, com uma derrota por 28 pontos de diferença. Depois de encerrar um incômodo jejum com uma grande vitória contra a rival Argentina nas oitavas de final, a equipe brasileira entrou motivada para o jogo desta tarde, contra a Sérvia, no Palácio dos Esportes, em Madri. No entanto, a força e a experiência do time europeu, aliadas a uma tarde nada inspirada dos principais jogadores brasileiros, resultou em uma vitória tranquila da Sérvia, por 84 a 56, nas quartas de final. Ao final da partida, Nenê, Tiago Splitter, Marcelinho Huertas, Leandrinho, Anderson Varejão e os demais atletas da equipe não esconderam a decepção por não poder mais brigar por uma medalha. Nas semifinais, a Sérvia enfrentará o vencedor do jogo entre Espanha e França.
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A enorme superioridade da Sérvia não estava prevista, ainda mais depois da vitória brasileira por 81 a 73 sobre o mesmo adversário na primeira fase do torneio. A seleção sul-americana até conseguiu equilibrar o confronto na primeira metade, que terminou em 37 a 32 para a Sérvia. Mas, ao contrário do que aconteceu diante da Argentina quando o Brasil foi impecável no segundo tempo, nesta quarta-feira o time sofreu um autêntico “apagão” – termo consagrado pela seleção de futebol na Copa do Mundo. Logo no início do terceiro período, o Brasil voltou a mostrar um antigo problema: o descontrole emocional. Após falta de Anderson Varejão, Marquinhos e Splitter reclamaram demais da arbitragem e o Brasil recebeu duas faltas técnicas. A Sérvia, então, bateu seis lances livres, abriu vantagem e fechou o quarto em 66 a 44.
Completamente descontrolada na partida, a equipe brasileira assistiu a um festival de tocos e bolas de três pontos dos adversários e não teve forças para reagir nos minutos finais. O armador Milos Teodosic foi o principal jogador da partida, com 23 pontos anotados. Do lado brasileiro, Splitter (três pontos) e Leandrinho (cinco pontos) estiveram muito abaixo de suas médias ao longo do torneio e foram o retrato da decepção da equipe. Anderson Varejão foi o melhor representante brasileira, com doze pontos e nove rebotes.
A última vez que o Brasil disputou a semifinal do Mundial foi em 1986, também na Espanha. Na ocasião, o time de Oscar Schmidt terminou em quarto lugar, atrás dos campeões Estados Unidos e das extintas União Soviética e Iugoslávia. A última medalha conquistada pelo país no torneio foi o bronze de 1978, nas Filipinas. O Brasil já venceu o Mundial duas vezes, em 1959 e em 1963.
(Com Estadão Conteúdo)
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