As remotas chances de o Cruzeiro subir para a A – e as de cair para a C
Possibilidade do time mineiro na próxima Série A é de apenas 0,17%, segundo levantamento da UFMG; Luxemburgo não joga a toalha, mas há riscos até de queda
Tudo indica que o Cruzeiro terminará novamente uma temporada distante da elite do futebol brasileiro. No sonhado ano de seu centenário, o clube mineiro vive dias de melancolia. Ocupa a 14º posição na Série B do Campeonato Brasileiro, com 31 pontos ganhos em 26 jogos, sem vencer há três rodadas e já temendo um novo rebaixamento. De acordo com projeção matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a probabilidade da equipe treinada por Vanderlei Luxemburgo alcançar o acesso é de apenas 0,17%, enquanto a de um descenso para a Série C é 10,5%.
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Repleto de instabilidades, o time se encontra muito perto do terceiro ano consecutivo longe do Brasileirão da Série A. Desde a queda, que aconteceu em 2019, sete treinadores efetivos passaram pelo clube, todos eles com menos do que meio ano de trabalho. Sem momentos empolgantes, lutar contra o rebaixamento à terceira divisão foi mais comum do que brigar pelo acesso nesta passagem cruzeirense pela série B.
Na atual edição da competição, o Cruzeiro não aproveita as chances e tem a quinta pior campanha jogando em casa, com apenas três vitórias em 13 partidas. Nesse sentido, um acesso fica cada vez menos provável, até para o lado anímico do torcedor, que no último domingo, 26, viu o clube sofrer a virada como mandante e ser derrotado por 2 a 1 pelo CSA.
“A responsabilidade tem que existir. A gente não pode ainda falar ‘acabou’, temos que pensar na próxima temporada. Aí, vai jogar um balde de água fria em todo mundo e temos que terminar a competição. Temos que ter a responsabilidade de manter o Cruzeiro na segunda divisão. Temos possibilidade de chegar, bem remota, mas temos que buscar isso aí”, disse Luxemburgo.
“Quanto à minha permanência, dei uma declaração para acabar com isso, que por causa de salário atrasado eu iria embora, isso não existe. É buscarmos através da dificuldade que se apresentou para nós, com responsabilidade, encontrar o melhor momento, melhor situação de caminhar”, completou.
Quando chegou ao time mineiro, o treinador Vanderlei Luxemburgo fez questão de encher de esperanças o torcedor, no entanto, apesar de apenas uma derrota, tem mais empates (seis) do que vitórias (quatro), o que não condicionou a equipe a uma briga pelo acesso.
O time ainda tem 12 jogos, ou seja, 36 pontos em disputa. Desde 2014, todos os quartos colocados – última vaga de acesso para a Série A – alcançaram a casa dos 60 pontos. Em 2020, por exemplo, o Cuiabá fez 61. Os rivais Atlético-GO e Goiás somaram 62 e 60, respectivamente, em 2019 e 2018 na mesma quarta colocação.
Para alcançar a pontuação, os mineiros precisariam ser quase perfeitos na sequência da competição. Das 12 partidas que restam, seis serão em casa – Brasil-RS, Botafogo, Remo, Vila Nova, Brusque e Náutico. Fora de casa, enfrentará o Coritiba – líder da competição -, além de Avaí e Guarani, atuais quinto e sexto colocados, respectivamente, e que lutam por uma vaga no grupo dos quatro primeiros colocados. A missão é, novamente, quase impossível.