Clube da Série A contratou escritório de advocacia que ficará responsável por investigar e coibir a divulgação de notícias falsas nas redes sociais
O Cuiabá Esporte Clube, clube mato-grossense que estreou na Série A do Brasileirão em 2021, anunciou nesta terça-feira, 30, um plano de combate a propagação de fake news no futebol. A diretoria contratou o escritório de advocacia Mariz de Oliveira para iniciar este processo, com a abertura de uma investigação e pedido de inquérito policial de um caso envolvendo a demissão do ex-técnico Alberto Valentim.
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No mês passado, a saída de Valentim motivou uma série de notícias falsas, que nasceram por meio de perfis em redes sociais. O principal boato falso dava conta de uma suposta traição conjugal envolvendo o então treinador e a esposa de um dos donos da equipe mato-grossense.
“Foi um assunto que envolveu a vida pessoal de várias pessoas de uma forma muito cruel, e até em razão disso, entendemos que deveria ser tratado de forma séria, por uma empresa especializada nesse tipo de tema. Hoje, a forma com que as pessoas leem notícias têm mudado muito. E isso faz com que as redes sociais sejam uma ferramenta de fácil disseminação de notícias falsas e que podem prejudicar severamente as pessoas”, afirmou o vice-presidente do Cuiabá, Cristiano Dresch.
“Com essa iniciativa do Cuiabá, queremos servir como exemplo para tentar punir pessoas mal intencionadas e que estão ganhando dinheiro com essa indústria de fake news, que virou um negócio. Temos certeza de que vai nos ajudar a esclarecer os verdadeiros autores dessa campanha de difamação”, completa.
O Cuiabá ressalta que, ao contrário do que ocorre na política, no meio do futebol não é comum que clubes entrem com ações ou investigações para combater a prática da desinformação. Há exatamente um ano, em junho de 2020, o Inquérito das Fake News, ou Inquérito (INQ) 4781, foi aberto pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para investigar a existência de notícias falsas, denunciações caluniosas, ameaças e infrações que podem configurar calúnia, difamação e injúria contra os membros da Suprema Corte e seus familiares.
No Brasil, o máximo que se chegou até hoje foram ações pontuais por parte dos times ou organizações como a Organização das Nações Unidas (ONU), que em outubro de 2020 promoveu a campanha “Pause, Pense antes de compartilhar”, para assegurar a confiança de uma informação. Na ocasião, jogadores de Vasco e Corinthians entraram em campo como uma faixa de divulgação em uma partida em São Januário.