Em nota oficial, o presidente do clube solicitou renúncia coletiva da diretoria. Isolado após briga com o vice Ataíde Gil Guerreiro, cartola tenta recompor seu grupo de sustentação, mas diversos dirigentes decidiram entregar cargos para pressionar licença do mandatário
A crise no São Paulo é maior do que se imagina. Após a confirmação da saída do técnico Juan Carlos Osorio e a demissão do vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro, o presidente do clube, Carlos Miguel Aidar, solicitou na tarde desta terça-feira, por meio de um comunicado oficial, a renúncia coletiva de toda a diretoria são-paulina. “Essa atitude permitirá uma recomposição da diretoria, baseada em conversas com todos os grupos políticos do São Paulo e com o objetivo maior de pacificação. Chega de disputas políticas internas que nada acrescentam na vida do nosso clube. É hora de todos nós, são-paulinos, nos unirmos para o bem da instituição”, declarou o presidente na nota divulgada no site oficial do time.
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A nota de Aidar é uma tentativa de recompor sua base política, esfacelada após o episódio da briga com Gil Guerreiro. Logo após a discussão, na qual o presidente teria levado um soco e sido chamado de “mentiroso”, dirigentes são-paulinos decidiram entregar seus cargos como forma de pressionar a Aidar a pedir licença da presidência.
O mandatário, porém, tenta sobreviver no cargo, propondo uma reestruturação administrativa que engloba também todo o grupo de vices do São Paulo, composto por cargos como vice-geral de finanças, de esportes amadores, de patrimônio, de comunicações e marketing e de futebol, este último ocupado por Ataíde Gil Guerreiro. No final do comunicado, o presidente disse que os novos nomes e cargos do São Paulo serão revelados no decorrer da semana.
Desde o rompimento com seu antecessor, Juvenal Juvêncio, Carlos Miguel Aidar tem se envolvido em polêmicas sobre valores de comissões e contratações para o time. O caso mais recente, da contratação do jovem zagueiro Iago Maidana por um valor muito superior ao pago a seu clube de origem, o Criciúma, se tornou o “batom na cueca” da gestão Aidar, conforme a definição do empresário Abilio Diniz, que não possui cargo no São Paulo mas tem colaborado com o processo de modernização da administração do clube.
(Com Estadão Conteúdo)