A roladinha de Schweinsteiger
Podemos pegar a média de gols, podemos pegar o número de partidas espetaculares que já tivemos até agora. Ou nos deter somente na felicidade das torcidas, nos estádios lotados. É fácil concluir e entender por que esta vem sendo a Copa das Copas (quem diria que a expressão rousseffiana ia mesmo fazer sentido?). Mas podemos […]
Podemos pegar a média de gols, podemos pegar o número de partidas espetaculares que já tivemos até agora. Ou nos deter somente na felicidade das torcidas, nos estádios lotados. É fácil concluir e entender por que esta vem sendo a Copa das Copas (quem diria que a expressão rousseffiana ia mesmo fazer sentido?). Mas podemos também usar um único lance para entender o significado real desta Mundial no Brasil. Aconteceu aos 13 minutos do primeiro tempo da prorrogação, nesta segunda-feira, no Beira-Rio. Alemanha e Argélia já tinham protagonizado um dos melhores zero a zero dos últimos tempos. Jogadas lindas de parte a parte. Jogo por “olas”, como se os atletas se inspirassem nos torcedores para colocar emoção no espetáculo. De repente, vinha uma onda argelina e o time africano pressionava loucamente. Aí era a vez da onda da Alemanha, que passava cinco ou dez minutos atacando como se não houvesse amanhã. E assim o jogo foi se desenrolando, com muitas chances e nenhum gol. Um jogo tão bom que merecia mais tempo. Veio aí a prorrogação. Parece até que foi por isso que o gol alemão marcado por Schurrle esperou tanto tempo para acontecer.
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A correria continuou, até o minuto 13 do primeiro tempo da prorrogação. O lance emblemático desta Copa do Mundo, quem sabe. O meia Schweinsteiger, da Alemanha, chegou à exaustão completa e caiu na beiradinha do campo com câimbras. O normal, e já vimos isso acontecer tantas vezes, seria o jogador ficar ali estatelado, deixando o tempo passar. Afinal, a Alemanha vencia, e vencedores podem se dar ao luxo de deixar o tempo passar.
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Schweinsteiger não fez nada disso. Não pediu maca nem médico. Simplesmente rolou pela linha lateral para ser atendido fora do campo e não interromper um jogo que estava bom demais. Podem chamar isso do jeito que quiserem. Fair play, bom caratismo, honestidade, retidão, tanto faz. O fato é que o gesto simbolizou o futebol maravilhoso da Copa de 2014. Ainda sairiam dois outros gols, a Alemanha venceria por 2 a 1 na prorrogação e a Argélia receberia demorados aplausos antes de sair de campo. Mas o gesto de Schweinsteiger será lembrado por todo mundo que gosta verdadeiramente de futebol.
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